As contas do Governo do Brasil registaram um défice de 56 mil milhões de reais (15,2 mil milhões de euros) de janeiro a junho, o pior resultado desde 1997, quando começou a ser divulgado, informou hoje o Tesouro Nacional.

O défice primário, que engloba o Tesouro, o sistema de pagamento das reformas e o Banco Central do Brasil, considera apenas as receitas e despesas sem considerar o pagamento dos juros da dívida pública.

Com o resultado, o Brasil entrou no terceiro ano seguido com contas negativas nos seis primeiros meses do ano.

O Tesouro Nacional brasileiro destacou que o principal fator que provocou o défice nas contas públicas foi o pagamento de 20,3 mil milhões de reais (5,5 mil milhões de euros – MME) em precatórios (pagamentos devidos pelo Governo autorizados em decisão final dos tribunais do país) em maio e junho.

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Este ano, o Tesouro brasileiro informou que decidiu antecipar o pagamento dos precatórios, tradicionalmente feito em novembro e dezembro.

Sem esse efeito, o Tesouro Nacional informou que as contas do Governo brasileiro teriam um défice de 38 mil milhões de reais (10,3 mil milhões de euros) no primeiro semestre.

Também impulsionaram o défice primário a queda das receitas com impostos e o crescimento de despesas com pagamento de funcionários e das pensões do sistema de reformas.

Na comparação entre o primeiro semestre do ano ante o mesmo período de 2016, as receitas do Governo central do Brasil caíram 2,7%, descontada a inflação oficial.

Já as despesas totais cresceram 0,5% acima da inflação.