O cabeça-de-lista da coligação CASA-CE às eleições gerais angolanas, Abel Chivukuvuku, defende que a educação e a saúde são áreas prioritárias para a próxima legislatura, criticando o MPLA pelos “42 anos de pobreza” do país.

De visita, quinta-feira, ao município de Ombadja, na província do Cunene, o líder da Convergência Ampla de Salvação de Angola – Coligação Eleitoral (CASA-CE) resumiu as dificuldades do país, num encontro informal com apoiantes, no âmbito da campanha para as eleições gerais de 23 de agosto.

Estive aí com umas mamãs que me explicaram que o problema principal é escola e hospital. E é preciso que todas as nossas crianças possam ter escola, para estudar e para o futuro delas ser diferente. Mas também precisámos de ter saúde, porque se não tivermos saúde, não podemos trabalhar“, explicou Abel Chivukuvuku, no contacto com os apoiantes do Cunene.

“Essas são as prioridades, mas para isso é preciso mudar”, enfatizou, por entre criticas à governação do país, que desde a independência angolana, em 1975, está a cargo do MPLA. “Têm sido 42 anos de sofrimento, 42 anos de pobreza”, acusou o líder e candidato da CASA-CE à eleição, indireta, para Presidente da República, nas eleições gerais de agosto, que dedica o dia de sábado à campanha na província de Benguela.

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A coligação CASA-CE apresenta-se a votos ainda com a promessa de implementar o poder autárquico em Angola até 2019 e de rever a Constituição quanto à forma de Estado e ao sistema de Governo. A lista liderada por Abel Chivukuvuku aposta em levar ao eleitorado uma proposta de cinco anos (a próxima legislatura) de “governação patriótica” assente em 20 compromissos.

“Proceder à reforma constitucional, quanto ao modelo (forma) de Estado, ao sistema de Governo, ao modelo de eleição do Presidente da República, e a solução pacífica do diferendo sobre [enclave de] Cabinda”, refere o quarto compromisso assumido pela coligação.

A CASA-CE viu em maio confirmada a adesão dos partidos Bloco Democrático e PDP-ANA à CASA-CE, que se juntaram ao Partido de Aliança Livre de Maioria Angolana (PALMA), Partido Nacional de Salvação de Angola (PNSA), Partido Pacífico Angolano (PPA) e PAADA – Aliança Patriótica.

Garantir em cinco anos a autossuficiência alimentar em produtos básicos e “erradicar a pobreza extrema durante os próximos 10 anos”, através de “práticas rigorosas, de planeamento, transparência e vocação social”, são outras promessas eleitorais da única coligação de partidos concorrente às eleições gerais em Angola.

A implementação do poder local autárquico em 2019, “como meio de concretizar a participação política efetiva dos cidadãos, assente na ética, na moral, na competência e na humanização da prestação de serviços” e “prestar atenção adequada aos assuntos da mulher e da criança”, são outros compromissos.

Angola vai realizar eleições gerais a 23 de agosto deste ano, com seis formações políticas concorrentes – MPLA, UNITA, CASA-CE, PRS, FNLA e APN – contando com 9.317.294 eleitores em condições de votar. A campanha eleitoral decorre até 21 de agosto em todas as províncias do país. Nas eleições gerais são eleitos o parlamento, o Presidente da República e o vice-Presidente.