A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa vai apresentar uma posição comum no próximo Fórum Mundial da Água, a decorrer em Brasília em março próximo, elegendo, entre as prioridades, a gestão de bacias hidrográficas e o uso da água.

Responsáveis dos nove países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) reuniram-se em Lisboa nos últimos três dias para preparar uma posição conjunta da organização, a apresentar no encontro mundial do próximo ano.

Em declarações à Lusa, o diretor de Cooperação da CPLP, Manuel Clarote Lapão, comentou que os países-membros têm realidades “muito díspares” quanto à água.

O responsável deu o exemplo de Portugal, pelas disputas transfronteiriças das bacias, e Cabo Verde, pela escassez, como países para os quais a água “é um tema sério”, enquanto Brasil, São Tomé e Príncipe e Guiné-Bissau têm “muitos recursos”.

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Um dos temas que estará em destaque é a gestão das bacias hidrográficas, nomeadamente quando envolvem disputas transfronteiriças, como é o caso de Portugal e Espanha, bem como a gestão e uso da água.

O objetivo desta cooperação é também avaliar o estado das ações que cada membro está a realizar com vista ao cumprimento do Objetivo do Desenvolvimento Sustentável 6, sobre “água limpa e saneamento”, definido na Agenda 2030, aprovada pelas Nações Unidas, e “promover a troca de boas práticas”, acrescentou Clarote Lapão.

Ficou também decidido que os países que tiverem ?stands’ na parte expositiva do Fórum Mundial da Água – Brasil, Portugal e, possivelmente, Angola – disponibilizarão um ?espaço CPLP’ em que os restantes membros podem promover ações.

Entre os princípios definidos na reunião em Lisboa, a CPLP pretende reafirmar o direito humano a água e ao saneamento como um princípio orientador da cooperação, elevar o nível de conhecimento do potencial hídrico dos membros e fortalecer as capacidades institucionais através da criação ou aperfeiçoamento de quadro legal que defina claramente o mandato das instituições, meios materiais e infraestruturas adequadas e capacitação de pessoal.

Desenvolver e aprimorar serviços ambientais para a preservação de ecossistemas aquáticos e promover ações de educação ambiental direcionadas para a conservação de ecossistemas aquáticos são outras medidas preconizadas.

Em setembro, os países deverão voltar a reunir-se, em Brasília, para continuar a trabalhar para a posição comum do grupo lusófono.

O oitavo Fórum Mundial da Água decorre na capital brasileira de 18 a 23 de março de 2018.