As autoridades são-tomenses comunicaram hoje a várias companhias aéreas, incluindo a TAP, que o tráfego no aeroporto internacional de São Tomé não está condicionado, mas o avião despenhado pode ser um obstáculo à aterragem e descolagem.

“O tráfico não está condicionado, mas por questões de segurança precisamos comunicar aos nossos parceiros e congéneres que existe esta situação”, disse a Lusa fonte da Empresa Nacional de Segurança Aérea (ENASA), na sequência da queda hoje pelas 11:00 locais (meio dia em Lisboa) de um avião cargueiro russo, que causou cinco feridos.

A aeronave – Antonov 72 – encontra-se mergulhada no final da pista, numa pequena ribanceira com pelo menos três metros, mas segundo técnicos da aviação civil são-tomense “a sua cauda pode constituir uma ameaça para as aeronaves que aterram e levantam voos”.

“Por questões de segurança, temos que aliviar a pista onde houve acidente”, explicou a fonte dando conta de uma decisão governamental no sentido de “remover o obstáculo”, nesse caso “cortar a cauda do avião ou arrastá-lo para bem mais longe da pista”.

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A decisão saiu esta tarde de uma reunião realizada nas instalações do Instituto Nacional de Aviação Civil com o ministro das Infraestruturas, Recursos Naturais e Ambiente, Carlos Vila Nova, poucas horas depois do acidente com o avião russo.

O diretor geral da Empresa são-tomense de segurança aérea (ENSA), Hélder Paquete, disse aos jornalistas que o acidente ocorreu quando o avião se preparava para descolar no aeroporto internacional de São Tomé.

“O avião estava num processo de descolagem, houve algum problema e o comandante tentou abortar a descolagem e o avião despenhou-se na pista”, disse Hélder Paquete.

O avião sofreu “danos materiais consideráveis”, transportava seis passageiros, dois dos quais tripulantes, tendo cinco ficado feridos, sendo um deles submetido a uma intervenção cirúrgica no principal hospital de São-Tomé, Ayres de Menezes.

A reunião entre a ENASA, Aviação Civil e Governo determinou ainda a criação de uma comissão composta por quatro membros para analisar as causas do acidente.

Trata-se de uma comissão autónoma sem prazo definido para apresentar o relatório. Nos próximos dias deverão chegar ao país uma equipa da empresa a que pertence a aeronave para analisarem as caixas negras dos aparelhos.