As forças policiais de elite do Quénia, depois de um cerco de quase 20 horas, mataram este domingo um homem que tinha invadido a casa do vice-presidente do país, William Ruto, num ataque que aconteceu em circunstâncias ainda por serem esclarecidas.

O chefe da polícia do Quénia, Joseph Boinnet, anunciou que este domingo, pela manhã, um homem foi morto a tiros na propriedade do vice-presidente, num incidente que começou no sábado. “A situação está sob controlo”, garantiu Boinnet.

O vice-presidente e a sua família não estavam no local no momento do ataque, que decorreu por volta do meio-dia de sábado contra a sua enorme propriedade na região de Eldoret, no noroeste do país.

Entretanto, se todos concordam que foi um ataque, cujos motivos ainda são desconhecidos, subsistem dúvidas sobre o número de atacantes, pois no sábado as primeiras notícias davam conta de uma invasão à casa de Ruto por um grupo de homens armados.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Segundo Boinnet, um assaltante armado com um facão atacou no sábado um dos polícias responsáveis pela segurança da casa do vice-presidente, que ficou gravemente ferido. O atacante pegou a arma do polícia e entrou na propriedade. Reforços da polícia de elite chegaram rapidamente e o atacante, refugiou-se num edifício em construção perto do portão de entrada, segundo o chefe da polícia. Várias fontes da agência de notícia AFP garantem que um grupo armado não identificado atacou o polícia antes de entrar na propriedade.

As eleições no Quénia realizam-se a 8 de agosto, sendo o atual Presidente, Uhuru Kenyatta, candidato a novo mandato (assim como Ruto na vice-Presidência). O seu principal rival é Raila Odinga, candidato da coligação da oposição. Raila Odinga foi primeiro-ministro do Quénia entre 2008 e 2013 e foi candidato à Presidência três vezes (em 1997, 2007 e 2013), de todas saindo derrotado.

A campanha decorre num ambiente tenso, com acusações entre os dois lados. As eleições no Quénia, geralmente, baseiam-se menos nos programas eleitorais dos candidatos e mais nos sentimentos de pertença étnicos e geográficos.

Há 10 anos, uma onda de violência eleitoral causou mais de um milhar de mortos no Quénia, provocada por dúvidas sobre a credibilidade da reeleição de Mwai Kibaki, que venceu por pouco o seu opositor Raila Odinga.