Foi dentro da cratera Furna do Calcinhas, no vulcão Caldeira da ilha Graciosa, nos Açores, que foi descoberto um conjunto de ossos de uma nova espécie de ave já extinta pela raça humana. Pyrrhula crassa, como foi apelidada, desapareceu há centenas de anos devido à colonização das ilhas e à introdução de espécies invasoras, lê-se no estudo publicado na revista Zootaxa.

A chegada dos seres humanos ao arquipélago dos Açores abalou a população de algumas aves que acabaram por se extinguir, da mesma forma que aconteceu com numerosas espécies noutras ilhas, como as Canárias e a Madeira. Agora, uma equipa de investigadores internacional descobriu as ossadas de uma nova espécie de ave canora, apelidada de Pyrrhula crassa, no vulcão com mais de 12 mil anos.

É o primeiro pássaro passeriforme – uma classe de aves que abrange 5.400 espécies – extinto descrito no arquipélago, e não será o último”, afirma Alcover, co-autor do estudo Josep Antoni Alcover, do Instituto de Estudos Avançados do Mediterrâneo.

O estudo concentrou-se na análise da morfologia do bico para determinar a nova espécie. Quer o crânio, quer os ossos do esqueleto pós-craniano são maiores que os dos seus parentes, o dom-fafe Pyrrhula pyrrhula e o priolo Pyrrhula murina.

A colonização humana levou à destruição de habitats à medida que as populações se começaram a estabelecer, causando um impacto na fauna autóctone. A introdução de espécies de plantas invasoras esgotou e reduziu a área das florestas de louro em que esta espécie de pássaro vivia. Os investigadores não descartam a hipótese de existirem mais exemplares da espécie noutras ilhas açorianas.

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