Estima-se que exista há 2500 anos. A língua assobiada conhecida por sfyria é uma das mais raras do mundo e está prestes a desaparecer. É, de acordo com o Atlas das Línguas em Perigo da UNESCO, a língua — assobiada ou não — com menos falantes vivos. Os únicos que existem vivem em Antia, uma pequena aldeia no canto sudeste da ilha grega de Evia, que nem sequer aparece no Google Maps.

Sfyria é uma versão assobiada da língua grega em que as letras e as sílabas correspondem a tons e frequências distintos. Assemelha-se ao som dos pássaros. A explicação foi dada pela linguista grega Dimitra Hengen, à BBC. Hengen garantiu ainda que as mensagens enviadas em sfyria podem ser ouvidas até quatro quilómetros de distância, através dos vales das montanhas. Um grito só atinge uma distância dez vezes inferior.

Por natureza, uma língua assobiada já é muito mais ameaçada do que uma língua falada, porque é muito mais difícil de se reproduzir”, esclareceu Hengen.

As únicas pessoas que conseguiam entender e reproduzir esta língua são pastores e agricultores de Antia, que foram passando a tradição para os filhos. Mas a população desta aldeia diminuiu de 250 para 37 pessoas. Os habitantes que sabiam assobiar perderam os dentes, ficando impossibilitados de a reproduzir. Atualmente, só existem seis falantes de sfyria.

A origem desta língua assobiada não é certa. Ninguém sabe ao certo quando começou a ser utilizada. Sabe-se que vem da palavra grega sfyrizo, que significa “apito”. Estima-se que há cerca de 2500 anos começou a ser utilizada como forma de conversar a longa distância. Há a teoria de que a língua começou a ser utilizada na Grécia Antiga, para que os habitantes de Antia pudessem sinalizar um ataque iminente contra o império.

Só em 1969 é que a sfyria foi descoberta, quando um avião caiu nas montanhas na aldeia de Antia. Quando a equipa de buscas chegou para procurar o piloto desaparecido, ouviram os pastores a assobiar através dos vales e ficaram encantados, relembra a BBC.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR