O piloto da aeronave que aterrou de emergência na praia de São João da Caparica, na quarta-feira, teve apenas um minuto e meio para escolher entre uma amaragem e uma aterragem no areal, de acordo com o Jornal de Notícias. A escolha acabou por recair sobre a segunda opção, provocando a morte de duas pessoas, incluindo uma criança de oito anos.

No interior da aeronave, que realizava um voo de instrução, seguia, além do piloto de 56 anos, um aluno. Os dois foram ouvidos esta quinta-feira no Tribunal de Almada, tendo sido indiciados pelo crime de homicídio por negligência. Ficaram sujeitos ao termo de identidade e residência.

Caparica. Pilotos indiciados por homicídio por negligência

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As investigações estão ainda a decorrer e o inquérito encontra-se em segredo de justiça. Contudo, segundo avança o Público, a Polícia Judiciária (PJ) só terá sido chamada a investigar o caso quase 24 horas depois da aterragem de emergência na Caparica.

No comunicado emitido nesta quinta-feira pela Procuradoria-Geral da República, onde se divulgou as medidas de coação dos dois arguidos, podia ler-se que o Ministério Público tinha designado a PJ como seu órgão de polícia criminal coadjuvante, em colaboração com o Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e Acidentes Ferroviários, que enviou uma equipa ao local também na quinta-feira.

A chamada tardia das autoridades não deverá, porém, comprometer o rumo da investigação, como explica o jornal, já que a grande maioria das provas, como o pedido de socorro do piloto, não correm o risco de desaparecer ou de ser alteradas.