Macau bate uma série de cidades como Pequim, Xangai ou Hong Kong em termos do lixo produzido per capita, de acordo com o relatório anual do Estado do Ambiente referente a 2016 que foi divulgado esta sexta-feira.

Segundo o documento, publicado pela Direção dos Serviços de Proteção Ambiental (DSPA), embora mantendo o mesmo nível de 2015, a quantidade de resíduos sólidos urbanos descartados ‘per capita’ superou, “quase no dobro, a de diversas cidades nas regiões vizinhas”.

A quantidade de Macau correspondeu a 2,11 quilogramas por dia, “um nível muito alto”, ultrapassando Pequim (1 quilograma/dia), Xangai (0,70 quilogramas/dia), Cantão (0,93 quilogramas/dia), Hong Kong (1,39 quilogramas/dia) ou Singapura (1,49 quilograma/dia), indica o relatório. Neste âmbito, a DSPA destaca ainda que também “vale a pena prestar atenção ao facto de a quantidade de resíduos sólidos urbanos descartados ‘per capita’ em Macau em 2016 ter sido a mais alta da última década”.

A quantidade de resíduos sólidos urbanos descartados — gerados na vida diária e nas atividades comerciais e industriais — também subiu em termos globais (1,7% para 503.867 toneladas), mas a DSPA salienta, neste caso, o facto de o aumento ter ocorrido “a um ritmo claramente mais lento em comparação com o crescimento de dois dígitos de 2015”. Mais de um terço (38,5%) dos resíduos sólidos urbanos era composto por matéria orgânica, com o pódio a completar-se com o papel/cartão (24,4%) e o plástico (21%).

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Já a quantidade de resíduos especiais e perigosos (que inclui químicos, hospitalares, óleos usados, pneus ou carcaças de animais) sofreu uma ligeira redução de 0,2%; enquanto a de resíduos de construção para deposição em aterros caiu mais de 30% “devido à conclusão de alguns projetos de turismo e entretenimento” no Cotai — faixa de casinos entre as ilhas da Taipa e Coloane — face a 2015.

As quantidades de escórias e de cinzas volantes também desceram 8,4% e 11,2%, respetivamente, segundo a DSPA. Em paralelo, no ano passado, verificou-se um “aumento considerável no abate de todos os tipos de veículos — exceto de ciclomotores — face a 2015”, um resultado que “tem que ver com a melhoria da economia, o reforço do controlo no número de veículos, a promoção da deslocação por meios ‘amigos do ambiente’ e a aceleração do abate e substituição de veículos”.

O número total de veículos abatidos (12.856 ou +13,6%) figurou, aliás, como “o mais alto da última década”. A taxa de recolha de resíduos recicláveis cresceu 1,2% face a 2015, refletindo uma ligeira melhoria, dada a tendência de redução verificada na última década.

A DSPA destaca que, através de atividades de incentivo à reciclagem, foram recolhidos, no ano passado, mais vidros, metais, latas de alumínio/ferro, passíveis de serem reaproveitados, mas que o mesmo não se passou, no entanto, com o papel e o plástico.

A título de exemplo, a quantidade de papel recolhida diminuiu 0,5% e a de plástico 15,1% em termos anuais homólogos. Quanto ao tratamento de resíduos eletrónicos, a DSPA refere ter dado, no ano passado, “prioridade” ao lançamento do plano de recolha de pilhas e baterias usadas, tendo-se procedido à compilação de aproximadamente 830 quilogramas.