A secretaria de Estado do Vaticano emitiu um comunicado onde pede ao Governo da Venezuela “que se evitem ou suspendam as iniciativas em curso como a Nova Constituinte” e pede às forças de segurança que se “abstenham do uso excessivo e desproporcionado da força”.

Numa mensagem de três parágrafos publicada esta sexta-feira de manhã, o Vaticano refere que iniciativas como a Assembleia Nacional Constituinte, eleita este domingo sob acusações de fraude, “mais do que favorecer a reconciliação e a paz, fomentam um clima de tensão e confronto e hipotecam o futuro”. Na mesma nota, o Vaticano pede que “se assegure o pleno respeito dos direitos humanos e das liberdades fundamentais, tal como da Constituição vigente”.

O Vaticano diz manifesta ainda a sua “profunda preocupação com a radicalização e agravamento da crise”, referindo o aumento de mortos, feridos e detidos. Além disso, diz que o Papa Francisco “acompanha de perto” a situação do país e “as suas implicações humanitárias, sociais, políticas, económicas e também espirituais”. O líder do Vaticano convida “todos os fieis do mundo a rezar intensamente” pela Venezuela.

O tom da missiva do Vaticano representa um revés para Nicolás Maduro, que em junho chegou a pedir ao Papa Francisco que atuasse como mediador da crise venezuelana. “Na condição de vigário de Cristo, tenho a plena certeza de que a sua colaboração ativa e orientadora pode abrir uma nova etapa do diálogo nacional”, escreveu numa carta enviada ao líder do Vaticano. “Já basta de tanta violência: é necessário dar uma chance à paz, sem armadilhas nem artimanhas.”

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