O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse, este sábado, que “a Venezuela jamais será excluída do Mercosul” e denunciou a “perseguição ideológica” do Mercado Comum do Sul face ao seu Governo, apelando à conciliação.

“É como se nos cortassem do mapa e nos expulsassem da América latina. Somos Mercosul de alma, coração e vida. Umas oligarquias golpistas como a do Brasil, ou outras miseráveis como a que governa a Argentina, podem tentá-lo mil vezes, mas sempre estaremos aqui”, assegurou Nicolás Maduro, em declarações à argentina Rádio Rebelde.

“Não é tempo de expulsões, de divisões (…), é tempo de nos unirmos, de construir um bloco económico, comercial, de desenvolvimento”, afirmou, antes de apontar que o facto de governos como o de Maurico Macri (Argentina) e Michel Temer (Brasil) o acusarem de desrespeitar a ordem democrática significa “uma medalha de honra”.

Maduro emitiu estas declarações pouco antes dos chefes da diplomacia dos países fundadores do Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) terem decidido aplicar a “cláusula democrática”, que amplia a suspensão da Venezuela por período indefinido deste bloco.

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Os ministros dos Negócios Estrangeiros do Brasil, da Argentina, do Uruguai e do Paraguai decidiram suspender politicamente a Venezuela do Mercosul “por rutura da ordem democrática”, indicou em comunicado o mercado comum sul-americano.

A Venezuela já tinha sido colocada à margem do mercado comum sul-americano desde dezembro, por motivos comerciai, mas a invocação da cláusula democrática tem uma maior repercussão política. Não implica uma suspensão do Mercosul, mas o seu impacto é superior às sanções previamente adotadas.

A Venezuela atravessa uma grave crise política, com manifestações quase diárias contra o Presidente Maduro em que atos de violência provocaram, em quatro meses, 120 mortos.