Este sábado fez exatamente um ano que os Jogos Olímpicos de Verão arrancaram na cidade brasileira do Rio de Janeiro. Para receber o evento, os atletas e turistas, foram construídas diversas infraestruturas que agora estão entregues ao abandono. Doze meses depois, muitas delas são pouco utilizadas para eventos desportivos, enquanto outras ainda não têm destino definido, tal como refere uma reportagem da Agência Brasil.

Alguns destes equipamentos, tal como as instalações olímpicas que fazem parte do Parque Olímpico da Barra e do Parque Radical, passaram a maior parte dos últimos meses vazios ou fechados, acrescenta a Época Negócios. O Parque Radical, por exemplo, está fechado desde dezembro, apesar da promessa de se vir a tornar numa área de lazer para a população menos favorecida da cidade; em cima da mesa estava também a opção de ser um local de treino para atletas de diferentes modalidades, como canoagem e ciclismo.

Falando em despesas, a Época Negócios acrescenta que apesar de a manutenção do lago artificial — também ele construído a pensar nos jogos olímpicos — custar cerca de 200 mil euros mensalmente, as águas permanecem “totalmente turvas”. Já a manutenção das arenas do Parque Olímpico da Barra, que estão sob alçada do Ministério do Desporto, está orçamentada em 12 milhões de euros para 2017. E as instalações têm vindo a ser ocupadas apenas com eventos pontuais desde fevereiro deste ano.

De referir que um incêndio recente no Velódromo destruiu parte do teto, obrigando a estrutura a fechar as portas temporariamente. A construção deste equipamento custou quase 40 milhões de euros aos cofres públicos, sendo que são gastos 50 mil euros por mês em energia elétrica. O Complexo do Maracanã, cujas obras ascenderam a mais de 300 milhões de euros, também tem sido pouco usado e encontra-se até num impasse jurídico, com a Odebrecht, que está a ser investigada na Operação Lava Jato, e que detém 95% de participação no consórcio Maracanã a tentar deixar a administração do estádio.

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Também os planos previstos para a Arena do Futuro parecem estar em águas de bacalhau. A estrutura, de acordo com o projeto inicial, seria usada para a construção de quatro escolas. No entanto, escreve a Agência Brasil, essa mesma construção permanece vazia e sem data de previsão para ser desmantelada.

As queixas chegam ainda de 20 famílias que vivem na Vila Autódromo, cuja favela foi destruída para a construção do Parque Olímpico, o principal centro das competições. Os moradores reclamam terem sido abandonados e argumentam que as casas que lhes foram entregues apresentam vários problemas.

Mas relatos de abandono não abrangem todas as estruturas. O Parque Olímpico de Deodoro, por exemplo, deu lugar aos centros nacionais de tiro e de hóquei, por exemplo. E até dezembro de 2017 estão ainda previstos cerca de 30 eventos neste parque.