A um mês do início de um ano letivo que será de novidade e mudança para muitos alunos, o Ministério da Educação continua sem divulgar a lista de escolas nacionais, públicas e privadas, que vão efetivamente fazer parte do projeto-piloto de flexibilização pedagógica.

Até agora, tudo o que se sabe é que serão cerca de 140 os estabelecimentos de ensino envolvidos, e que os alunos de 1º., 5º., 7º. e 12º. (em princípio de ciclo, portanto) vão ser os únicos a experimentar as alterações. O jornal i pediu esclarecimentos ao gabinete de Tiago Brandão Rodrigues, que se escusou para já em adiantar mais: “As escolas estão a trabalhar e estão a tomar as decisões relativas ao conjunto de turmas que participam. Estas decisões dependem da validação final das turmas no processo de matrículas e inscrições, que ainda decorre”.

De acordo com o jornal, é exatamente o facto de o processo de matrículas ter sido feito antes e não depois da divulgação da lista de escolas participantes que está a preocupar os pais, que assim não puderam escolher que tipo de ensino vão ter os filhos.

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“Não tenho dúvida de que qualquer pai tenha feito a matrícula sem saber o que se vai passar. Devíamos ter conhecimento disso previamente”, considerou Rui Martins, presidente da Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação (CNIPE). Já a Confederação de Pais (Confap) disse estar “apreensiva” e “expetante”.

O facto de nem todas as turmas do mesmo ano das escolas participantes no projeto-piloto irem experimentar as alterações propostas pelo ministério é outra das questões que estão a tirar o sono aos encarregados de educação. “Não haverá diferenças na avaliação entre os alunos que vão testar a reforma curricular e os do atual currículo”, alertou Jorge Ascensão, da Confap.

O ministério de Tiago Brandão Rodrigues fez questão de frisar desde a apresentação da proposta que não seriam alterados programas nem o currículo escolar. “Não haverá redução do número de horas em disciplinas específicas, nomeadamente em disciplinas como português e a matemática. Do que estamos a falar é da possibilidade de gerir a carga horária — que se vai manter igual para projetos educativos — para haver trabalho interdisciplinar, multidisciplinar e dedicação a temas em concreto”, explicou em maio o secretário de Estado da Educação, João Costa.