O contrato entre o FC Porto e Aboubakar está no quarto e último ano mas continua a dar que falar como no início. Se calhar, agora ainda mais. Porque se o camaronês é uma solução óbvia para Sérgio Conceição, também se pode transformar num problema para a administração azul e branca.

Vamos rebobinar o filme: depois de mais uma época de destaque no Lorient, os dragões avançaram para a contratação do dianteiro pagando, no Verão de 2014, três milhões de euros por 30% do passe. Os franceses nunca abdicaram desse valor referência dos dez milhões de euros, e ainda aumentaram ligeiramente a fasquia nos últimos seis meses de 2015: por mais 7,5%, cobraram mais um milhão. E os azuis e brancos ficaram com 37,5%.

No entanto, o L’Équipe avançou com uma cláusula desconhecida no último contrato. É que, caso o FC Porto receba uma proposta de pelo menos 12 milhões de euros de qualquer clube, só existem dois caminhos: ou vende mesmo o jogador, recebendo o equivalente aos 37,5% que detém do passe, ou tem de ressarcir o Lorient com os 60%, que no mínimo ficariam por 7,2 milhões. Isto numa altura em que as contas não estão propriamente famosas para grandes investimentos, mas o jogador assumiu um papel fulcral na equipa.

Mas ainda existe um outro ponto em equação no meio deste cenário: o avançado camaronês termina contrato no final da presente temporada. É público que o FC Porto tem vindo a desenvolver contactos para renovar o vínculo com o internacional, mas o tempo corre contra as aspirações dos azuis e brancos: a partir de dia 1 de janeiro, num cenário que parece altamente improvável, Aboubakar podia assinar sem custos por qualquer equipa.

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Há outras soluções aplicáveis à situação do africano. Por exemplo, vender um dos jogadores não titulares com mercado (Diego Reyes ou Herrera, por exemplo) e aplicar essa verba num possível negócio Aboubakar. Certo é que, mesmo não tendo marcado na estreia da Primeira Liga frente ao Estoril, o avançado é fundamental nas aspirações dos dragões, até porque Soares saiu lesionado com um problema muscular e poderá ter de enfrentar uma paragem mais longa do que os dois treinos que falhou quando começou a sentir mialgias.

Marega, que rendeu o brasileiro, marcou na primeira vez que tocou na bola e bisou mesmo, sucedendo assim ao camaronês que tinha sido o último a apontar dois golos na jornada inaugural. Mas quem foi a referência que a equipa procurou sempre? Aboubakar. E o mais rematador do encontro? Aboubakar (que até bateu o recorde de tiros de um só jogador numa partida). E o melhor marcador da pré-temporada? Aboubakar.

Entre golos anulados, defesas de Moreira e remates por cima e ao lado, o avançado não marcou. Mas nem por isso deixa de ser uma solução, quiçá a maior, para o FC Porto. Uma solução que ainda pode ser um problema…