Paulo Vistas, presidente da câmara de Oeiras, reagiu uma vez mais às acusações de Isaltino Morais. O candidato independente falou aos jornalistas e afirmou que o juiz que afastou Isaltino da corrida às autárquicas foi do PSD, escreve o Diário de Notícias. Vistas garantiu ainda que, tanto ele como Isaltino, trabalharam com Nuno Tomás Cardoso e admitiu ter sido o padrinho de casamento do magistrado.

Segundo o atual presidente da câmara de Oeiras, o juiz Nuno Tomás Cardoso, que rejeitou a candidatura de Isaltino, foi secretário da secção do PSD de Oeiras em 2004/2005, à data presidida por Isaltino Morais. “Convivemos com ele, trabalhamos com ele”, disse, citado pelo DN.

Paulo Vistas desmentiu ainda as notícias que davam conta de que a mulher do juiz trabalhava para os Serviços Intermunicipalizados de Água e Saneamento de Oeiras e da Amadora (SIMAS), afirmando que trabalha sim numa empresa que prestas serviços à SIMAS.

Já numa nota publicada na página de Facebook, Vistas escreve que “uma decisão judicial não pode justificar a leviandade das insinuações ontem feitas por um dos candidatos”, referindo-se a Isaltino. O autarca garante que a “seriedade e o carácter dos magistrados só ‘pode’ ser posta em causa por quem já perdeu todos os argumentos legais”.

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Vistas afirma ainda que, por factos que lhe são alheios, o seu carácter “foi atacado de forma leviana sem qualquer verdade ou fundamento” e que foi “difamado” pela mesma pessoa a quem sempre manifestou “solidariedade e respeito”.

É esta forma mesquinha de estar na vida que, ao longo dos anos, tem afastado os cidadãos da política. Não pode valer tudo.
As amizades honram a nossa vida, mas a independência profissional está acima delas e definem o nosso carácter e dignidade. Para mim este princípio é claro, mas se para outros é uma novidade, fico surpreendido!”

A candidatura de Isaltino Morais foi rejeitada esta terça-feira pelo Tribunal de Oeiras. No seguimento da rejeição, o candidato independente falou aos jornalistas e sugeriu que Paulo Vistas foi o padrinho de casamento do juiz Nuno Tomás Cardoso, o mesmo que afastou Isaltino da corrida. As declarações levaram, entretanto, a que o Conselho Superior da Magistratura tenha aberto um inquérito às suspeitas lançadas na terça-feira à noite.

Acontece que, segundo confirmou o jornal Público, Paulo Vistas foi mesmo o padrinho do casamento celebrado a 13 de junho de 2009. O documento da Conservatória do Registo Civil de Lisboa não deixa margem para dúvidas e o próprio Paulo Vistas já o confirmou.

Isaltino Morais, que por mais do que uma vez afirmou que “respeitou escrupulosamente a lei ao mais ínfimo pormenor”, fez saber esta quarta-feira que vai apresentar uma reclamação formal contra a decisão do juiz Nuno Tomás Cardoso de rejeitar a sua candidatura à câmara municipal de Oeiras.