As mais de três dezenas de bandas e artistas que participam na quarta edição d’O Sol da Caparica, que começa esta quinta-feira, são um exemplo de diversidade e reforçam o facto de ser possível, com sucesso, garantir um festival com um alinhamento 100% dedicado à música de expressão portuguesa.

O Sol da Caparica é um festival promovido pela Câmara Municipal de Almada, que tem no evento uma alavanca para o estímulo económico do concelho, particularmente para uma localidade que pode ser muito mais que uma mera estância balnear às portas de Lisboa. A organização aproveita bem a dinâmica do mês de agosto e a potencialidade do espaço, ao incluir no programa atividades desportivas e culturais, com o surf à cabeça; mas há também provas de skate, arte urbana, dança e exposições.

A língua portuguesa é celebrada não apenas nas canções, mas também através de conversas com os artistas, no lançamento de mais um volume do livro Debaixo da Língua, coordenado pelo jornalista Rui Miguel Abreu e promovido pelo festival. Este ano, sempre a partir das 16h30, a iniciativa vai contar com as participações dos HMB, Bonga, Carlão, Mafalda Veiga, Manel Cruz e Afonso Simões.

O jornalista do Rimas e Batidas e da Blitz vai ser também o responsável pelo som ambiente de um novo espaço: o Anfiteatro O Sol da Caparica. Além da música, poderão assistir a sessões de poesia pela Lisbon Poetry Orchestra e ao visionamento de duas centenas de filmes da Monstra – Festival de Animação de Lisboa.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Vista aérea do novo Anfiteatro O Sol da Caparica. Imagem de Gonçalo Silva / facebook.com/osoldacaparica

Desde a primeira edição, em 2014, que este é um festival de casa cheia — só no ano passado, passaram pel’O Sol da Caparica 65 mil pessoas nos três dias. Isso deve-se, em grande parte, à variedade e qualidade do cartaz. Este ano a promessa repete-se.

Carlos do Carmo, Mariza, Xutos & Pontapés, António Zambujo, Bonga, Teresa Salgueiro, Trovante e Mafalda Veiga são artistas bem conhecidos do público português, mas há outros a merecer também destaque.

Quinta-feira, 10 de agosto

Os HMB cumprem este ano os 10 anos de carreira, tempo que foi preciso para afinar o ritmo e atitude que fez deles uma das bandas pop/funk mais populares da atualidade. Prova disso é a inclusão na comitiva portuguesa que vai participar, no próximo mês de setembro, na edição brasileira do festival Rock In Rio. O terceiro álbum dos HMB chama-se + (Mais), saiu no passado mês de fevereiro e deverá ser o centro das atenções no concerto deste sábado.

O brasileiro Criolo nasceu no rap, género musical que lhe deu a fama, mas ao longo da carreira entrou pelas andanças do samba e da música popular brasileira. Exemplo disso é o novo Espiral de Ilusão, álbum editado no final do último mês abril. Resta saber como é que o músico de São Paulo vai cruzar estes dois universos, ao vivo, esta quinta-feira.

Os Tais Quais são aquilo a que se pode chamar um supergrupo, quanto mais não seja porque juntam Tim, Vitorino, João Gil, Celina da Piedade e Paulo Ribeiro no mesmo palco, num tributo à tradição musical alentejana onde não faltam as histórias e o humor de Jorge Serafim.

Sexta-feira, 11 de agosto

O tempo dos Da Weasel já lá vai, Carlão passou Quarenta e depois Batalha, dois trabalhos a solo que mantêm o artista português no topo do hip hop luso. O tempo passou por ele como devia.

Esta sexta-feira é dia de hip hop e Pedro Bispo, rapper de Algueirão (Mem Martins), outro dos nomes incontornáveis. Participa pela a primeira vez neste festival e vai levar a palco o último Fora d’Horas, o disco (EP) colaborativo com Fumaxa. Pode ser uma boa surpresa.

Numa outra aresta do hip hop, o rapper Holly Wood vai à Caparica apresentar Sangue Ruim, a segunda parte da triologia Dread Que Matou Golias, iniciada no ano passado com o álbum com o mesmo nome editado pela Superbad. Se tudo isto lhe soa a novo é um bom motivo para não perder.

Sábado, 12 de Agosto

O angolano Matias Damásio entrou em força nos ouvidos dos portugueses no ano passado, quando lançou com Héber Marques (vocalista dos HMB) o single “Loucos”. Só chegou aos palcos portugueses este ano, mas veio para ficar.

Catarina Salinas e Ed Rocha Gonçalves formam os Best Youth, uma dupla do Porto que já conhecemos bem. Em 2015 editaram Highway Moon, o álbum de estreia que continua a ser uma demonstração da melhor eletro-pop feita em Portugal.

Os Quatro e Meia são uma banda de Coimbra, seis elementos que fazem da música o melhor dos hobbies. Três médicos, dois engenheiros e um professor editaram, no final de junho, o álbum Ponto nos Is, um disco inteiramente composto por temas originais que vestem com uma nova roupa os ritmos da música tradicional portuguesa.

Depois dos concertos, a festa prolonga-se pela madrugada com os DJs Nuno Calado (Antena 3) na quinta-feira, Pete Tha Zouk na sexta-feira e a dupla Rich & Mendes no sábado.

No domingo, dia 13, o dia é reservado às famílias e às crianças, com Rita Guerra, Mão Verde (Capicua e Pedro Geraldes) e os Palavra Cantada. Pode consultar o cartaz completo d’O Sol da Caparica neste link.

A organização recomenda a utilização de transportes públicos; o trânsito vai estar condicionado — consulte aqui todas as informações.