Administração da parceria público privada (PPP) SIRESP S.A. considera ter “cumprido escrupulosamente o contrato SIRESP”. Foi assim, numa única frase, que a empresa respondeu, num comunicado enviado ao Diário de Notícias, à cascata de críticas contidas nos seis relatórios encomendados pelo governo sobre as eventuais falhas do Sistema Integrado das Redes de Emergência e Segurança de Portugal durante o incêndio de Pedrógão Grande.

A ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, divulgou esta quarta-feira as conclusões de seis relatórios referentes à atuação das autoridades no incêndio de Pedrógão Grande e anunciou um conjunto de medidas — desde a aplicação de penalidades à entidade gestora do SIRESP ao pedido de uma nova proposta de enquadramento orgânico do SIRESP, passando pela instauração, como o Observador avançou, de um inquérito para apuramento de responsabilidades que possam ser imputadas à secretaria-geral do MAI.

Fica assim avisado o governo: pode esperar luta do lado da PPP se quiser imputar-lhe qualquer culpa ou tiver intenção de a penalizar pelas falhas que ocorreram durante o incêndio de Pedrógão Grande, onde morreram 65 pessoas.

Pedrógão Grande. Ministra nega que autoridades tenham encaminhado pessoas para a EN 236

Ainda segundo o DN, a SIRESP S.A. admite que a sua rede pode “carecer de melhoramentos” dizendo que a empresa “está comprometida na prossecução do objetivo de desenvolvimento e upgrade da Rede.” Ou seja: “Não existem razões técnicas para abandonar a Rede SIRESP; existem, isso sim, recomendações que devem ser seguidas urgentemente para que esta rede cumpra os objetivos para que foi concebida, à semelhança do que acontece em dezenas de outros países europeus”, escreve o DN.

A ministra da Administração Interna disse na quarta-feira que quer ver penalizado o consórcio por “falhas de disponibilidade e de desempenho durante o incêndio de Pedrógão Grande”.

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