Delegações da Fretilin e do PD, respetivamente primeiro e quarto partidos mais votados nas legislativas de 22 de julho, reuniram-se esta sexta-feira para discutir os primeiros cenários que podem levar à formação do próximo Governo timorense, mas sem resultados conclusivos.

O encontro desta sexta-feira correu muito bem e serve de base para o futuro. Estamos a falar com sentido de responsabilidade. O PD veio sem nenhumas exigências, com uma posição razoável e querendo ouvir ideias da Fretilin”, disse aos jornalistas Mari Alkatiri, secretário-geral da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin) depois da reunião.

Mariano Sabino, presidente do Partido Democrático (PD) – que controla sete lugares no novo parlamento que tomará posse este mês – afirmou que se tratou de uma “primeira reunião para dialogar, analisar a situação e estudar modalidades para a formação de Governo”.

Questionado sobre se o PD fará ou não parte do executivo, em coligação, Sabino foi evasivo, afirmando que o assunto será discutido internamente pelo partido sempre “apostando na estabilidade e no respeito pela constituição”.

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Mari Alkatiri voltou a excluir qualquer cenário que não seja o de um Governo liderado pela Fretilin, rejeitando cenários em que o segundo partido mais votado, o Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT) poderia formar Governo.

“Não vale a pena pensarem que a Fretilin não vai conseguir formar governo, que o CNR é que vai formar. A Fretilin vai formar Governo“, afirmou Alkatiri. Apesar das duas partes confirmarem que se vão voltar a reunir ainda não está marcada essa nova ronda de contactos.

No encontro, Mari Alkatiri, secretário-geral da Fretilin, liderou a delegação do partido de que fizeram ainda parte, entre outros, o secretário-geral adjunto, José Reis, o vice-presidente Francisco Branco, a secretária-geral da organização da mulher do partido, Merita Alves e o segundo adjunto Flávio Silva.

A delegação do PD – foi a quarta força mais votada e tem sete lugares no novo parlamento – foi liderada pelo presidente do partido, Mariano Sabino e incluía o secretário-geral António da Conceição e o presidente e vice-presidente do Conselho Político Nacional, respetivamente Adriano do Nascimento e Lurdes Bessa (são ainda deputados). Faziam ainda parte da delegação Arcanjo Leite, vice-secretário-geral, e Rui Meneses, secretário executivo.

A Fretilin iniciou na quarta-feira, com uma delegação da segunda força mais votada, o Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT), uma ronda de contactos no intuito de formar Governo. Xanana Gusmão, presidente do CNRT, esteve ausente do encontro – até ao momento ainda não falou sequer com Mari Alkatiri – e a delegação do partido saiu da reunião com a Fretilin comprometendo-se a tomar decisões na cúpula do partido.

Na quinta-feira foi a vez do encontro com a delegação do Partido Libertação Popular (PLP), liderada por Taur Matan Ruak que garantiu que o partido não fará parte de qualquer coligação de Governo, disse que cabe à Fretilin formar o executivo e rejeitou a possibilidade de eleições antecipadas.

A ronda de contactos termina na manhã de sábado com um encontro com uma delegação do Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO), que elegeu cinco deputados.