O Presidente angolano classificou esta quarta-feira o seu último mandato presidencial como estável “política e socialmente”, apesar da crise económica, uma oportunidade boa para o país se libertar da dependência excessiva do petróleo.

José Eduardo dos Santos, Presidente de Angola desde 1979 e líder do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), partido no poder, não concorre às eleições gerais de 23 de agosto e fez o comentário no discurso que proferiu na última reunião do Conselho de Ministros.

O chefe de Estado angolano lembrou que “em tempo oportuno” foi acionada uma estratégia para fazer face à crise, com vista a se iniciar “um novo ciclo económico de estabilidade, não dependente do petróleo, como principal fonte de receita fiscal e de exportações do país”.

Segundo José Eduardo dos Santos, o processo de diversificação económica tem como foco, o aumento da produção interna, a redução das importações, o fornecimento do tecido empresarial nacional, a promoção e criação de emprego, bem como a diversificação das fontes de receitas fiscais e de divisas.

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A capacidade de rapidamente se encontrar soluções para ultrapassar os problemas mais prementes e da adaptação às contingências objetivas dos contextos internos e externos foi um dos traços fundamentais, que caracterizaram o mandato do atual Governo, considerou José Eduardo dos Santos.

O apoio “inestimável” dos membros do executivo foi realçado pelo chefe de Estado angolano, na superação e vitória dos múltiplos obstáculos que surgiram nos últimos cinco anos.

“Foi porque vocês souberam colocar à disposição do país as vossas capacidades, aptidões, conhecimentos e vontade de triunfar, assumindo com responsabilidade e sentido de Estado, os deveres de que estão incumbidos pela lei e pela Constituição da República”, disse o Presidente angolano.

Para José Eduardo dos Santos, o processo eleitoral de 23 de agosto constitui a prova de que “as sementes lançadas à terra estão a germinar e de que o povo angolano vai, de certeza, colher bons frutos, a médio prazo”, referiu.

Angola vai realizar eleições gerais a 23 de agosto deste ano, às quais concorrem o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Convergência Ampla de Salvação de Angola – Coligação Eleitoral (CASA-CE), Partido de Renovação Social (PRS), Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) e Aliança Patriótica Nacional (APN).

A Comissão Nacional Eleitoral de Angola constituiu 12.512 assembleias de voto, que incluem 25.873 mesas de voto, algumas a serem instaladas em escolas e em tendas por todo o país, com o escrutínio centralizado nas capitais de província e em Luanda, estando 9.317.294 eleitores em condições de votar.