Donald Trump está contra a retirada de estátuas alusivas à Confederação norte-americana em Durham, na Carolina do Norte, depois de um grupo de manifestantes ter atado uma corda ao pescoço de uma estátua e de a ter derrubado. O presidente norte-americano considerou a situação como “triste”.

É triste ver a história e a cultura do nosso grande país a serem rasgadas com a remoção das nossas bonitas estátuas e monumentos”, disse o presidente norte-americano no Twitter.

Trump fala em património e cultura e tenta ignorar que essas mesmas figuras que combateram pelos estados esclavagistas do Sul na Guerra da Secessão são ícones de uma sociedade que se baseava na escravatura e segregação racial – que é precisamente o que os grupos neo-confederados e defensores da supremacia branca defendem.

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O que foi a Guerra da Secessão?

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A Guerra da Secessão – também chamada de Guerra Civil Americana – travou-se de uma guerra civil ocorrrida entre 1861 e 1865, nos Estados Unidos, que dividiu os estados partidários da escravatura e os não partidários (os denominados “Estados do Sul” ou “Confederação”).

Não se pode mudar a história, mas pode-se aprender com ela. Robert E. Lee, Stonewall Jackson. Quem é a seguir? Washington, Jefferson? Que estupidez!“, continuou Trump. O presidente dos EUA defende ainda que a beleza que está a ser “tirada das cidades e parques” vão ser “muito sentidas” e nunca será completamente restituída.

Segundo uma sondagem do YouGov/The Economista, cerca de 54% dos americanos concorda com Trump e considera que as estátuas são símbolo do orgulho dos Estados do Sul, em vez de símbolos de supremacia branca. Várias figuras públicas mostraram-se contra esta posição de defesa, incluindo Barack Obama que condenou as manifestações racistas no seu Twitter. O tweet já é considerado o mais popular de sempre.

Por outro lado, vários líderes do Partido Republicano também não partilham da ideia do presidente norte-americano. Muitos dos deputados e senadores republicanos estão até a evitar ir a programas televisivos para não terem de comentar questões que possam ter a ver com Donald Trump.

O manifesto de segunda-feira tinha sido organizado com o objetivo de retirar todos os símbolos alusivos à Confederação. Os manifestantes pontapearam a estátua depois de a terem derrubado. A estátua estava na cidade desde 1924. Segundo os organizadores, a manifestação pretendia parar a morte de “mais gente inocente”, uma alusão aos incidentes de sábado em Charlottesville, no estado da Virgínia, quando um jovem supremacista branco atropelou mortalmente uma mulher num protesto antirracismo.

Manifestantes derrubam estátua da Confederação nos Estados Unidos

O debate sobre a questão das estátuas e símbolos alusivos à Confederação começou a ser abordado depois de, em junho de 2015, um outro rapaz supremacista branco ter assassinado nove afro-americanos numa igreja de Charleston, na Carolina do Sul. Algumas estátuas e símbolos da Confederação começaram então a ser retirados do estado sul do país mas estima-se que cerca de 1500 estátuas ainda estejam de pé.

Arnold Schwarzenegger também respondeu a Trump

Arnold Schwarzenegger desafiou Trump a deixar uma mensagem inequívoca enquanto Presidente. O ator sublinha que Trump tem uma responsabilidade moral para deixar bem claro que não apoia qualquer movimento racista e de ódio. Schwarzenegger condenou, igualmente, os movimentos e grupos supramacistas brancos, considerando que estão a lutar por uma “causa perdida”.

Arnold Schwarzenegger has a blunt message for Nazis.

Posted by ATTN: on Thursday, August 17, 2017