A greve dos trabalhadores de um armazém da empresa proprietária dos supermercados Dia/Minipreço, em Valongo, no Porto, tem uma adesão de 50%, e uma concentração de funcionários parou camiões “durante várias horas”, disse esta sexta-feira fonte sindical.

A concentração dos trabalhadores perto do armazém, durante a manhã, provocou “congestionamento” no acesso às instalações e “os camiões ficaram barrados várias horas”, disse à agência Lusa Pedro Ramalho, do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal, ligado à CGTP.

A concentração junta-se à greve que, neste armazém, com cerca de 120 funcionários, decorre esta sexta-feira e no sábado.

As iniciativas integram-se num conjunto de ações de protesto que abrangem os armazéns e as lojas da cadeia Dia Portugal Supermercados (lojas Dia/Minipreço e Clarel) para lutar contra a discriminação salarial e o assédio moral que o sindicato diz existir nas unidades da empresa.

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O piquete de greve chegou [à área do armazém de Valongo] às 5h45 e a mobilização dos trabalhadores decorreu das 9h00 às 11h00, tendo corrido bem, com uma adesão no turno da manhã superior a 50%, a mesma esperada para o turno da tarde”, relatou Pedro Ramalho.

Na quinta-feira, a greve dos trabalhadores dos supermercados Dia/Minipreço teve uma adesão igualmente superior a 50% e, segundo as contas do sindicato, levou ao encerramento de 80 a 90 lojas em todo o país. O CESP entregou um pré-aviso de greve ao trabalho suplementar nas lojas, até final do ano.

Até agora, segundo Pedro Ramalho, não foi possível chegar a um entendimento com a empresa Dia Portugal Supermercados e, se assim continuar, “a luta mantém-se e vão ser definidas formas” para concretizá-la.

Além da paralisação nas lojas, o CESP organizou ao longo de vários dias greves e concentrações nos vários armazéns da Dia Portugal Supermercados, em Vialonga (Alverca), Valongo (Porto) e Zibreira (Torres Novas).

A greve foi convocada pelo CESP que acusa a cadeia das lojas Dia/Minipreço e Clarel de “discriminação salarial”, considerando que “continua a haver diferenças salariais gritantes entre trabalhadores com a mesma categoria profissional e antiguidade”.

O sindicato fala ainda de “situações de assédio moral” no grupo de supermercados, onde diz existirem constantes ameaças de despedimento, tentativas de impedimento da conciliação da vida familiar com a vida profissional, limitação do direito à greve, abusos de autoridade e ameaças de alterações de horários e de transferência de local de trabalho.

O Minipreço tem “mais de 575 lojas” e três armazéns, segundo a informação disponível na sua página na internet.