A imprensa espanhola, sobretudo a catalã, tem dizimado quase com uma cadência diária a atuação do presidente do Barcelona, Josep María Bartomeu, desde que Neymar se transferiu para o PSG por inacreditáveis 222 milhões de euros. Nessa altura, a forma como o líder dos blaugrana colocou o clube acima de qualquer jogador ou quantia até conseguiu trazer alguma paz de espírito aos sócios e adeptos, mas o que se seguiu fez esquecer tudo isso.

A clara derrota do Barça na Supertaça frente ao Real Madrid (tão clara que o próprio Piqué assumiu que nunca tinha levado um ‘pisão’ tão grande dos rivais), as dificuldades para contratar um sucessor do avançado brasileiro, o acordo para trazer Paulinho para Camp Nou (que tem gerado dúvidas e não apenas no plano desportivo), a revelação pública das cláusulas propostas ao Liverpool por Coutinho ou a lesão de Luis Suárez que afastará o uruguaio dos relvados mais de um mês atiraram o clube para uma espiral de dúvidas. No limite, para uma “crise”.

A última grande “bomba” revela bem o clima que se vive nos blaugrana: um erro crasso no plano comunicacional durante a apresentação de Paulinho desvendou uma mentira de Bartomeu. Na apresentação de Paulinho, o vice-presidente desportivo Jordi Mestre (aquele que garantia a 200% que Neymar ia ficar na Catalunha) mostrou-se confortável com a renovação de Messi mas acabou por confessar que a mesma não estava assinada. “Só falta mesmo isso, está tudo falado e acordado. Falta apenas encontrar uma data para celebrar o acordo. Está tudo de tal forma feito que me surpreenderia muito se não avançasse”, destacou. Diferente do que assegurara o número um.

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“Já renovou no final de junho”, referiu Bartomeu à Rádio da Catalunha a 7 de julho. “Messi renovou há alguns dias e o que queremos agora é fazer uma apresentação quando voltarmos a Barcelona”, assegurou à ESPN em Miami, uns dias depois. Afinal, não há nada assinado. E, no limite, o argentino poderá assinar a custo zero com outra equipa a breve prazo. Mas porquê tudo isto? Como argumenta o El Confidencial, foi uma forma de tentar acalmar as hostes depois de ter sido revelado pela TV3 da Catalunha um alegado esquema que o clube utilizava desde 2014 com a venda ilegal de alguns bilhetes por valores bem mais altos.

Este domingo, que até estava a ser marcado pela entrevista de Iniesta ao El País, onde o mágico espanhol assume que já começa a pensar no futuro quando antes não o fazia, caiu uma bomba na imprensa internacional (cortesia do Canal + de França, depois secundado pelo Eurosport): o Manchester City, cujo dono, o Sheik Mansour, terá referido que iria fazer a maior transferência de sempre este mercado, estaria disposto a bater a cláusula de 300 milhões para voltar a juntar Lionel Messi a Kun Aguero na equipa de Pep Guardiola.

A informação começou a correr mundo mas o Sport, jornal bem colocado junto do Barcelona e até em termos internacionais, já desmentiu a mesma, citando fontes oficiais do conjunto inglês que negam a possibilidade de baterem a cláusula e, inclusive, as declarações atribuídas ao Sheik Mansour. Ainda assim, em nenhuma parte é dito que o Manchester City não tem interesse no astro argentino, até porque se no passado o PSG já tinha tentado Neymar, também os citizens chegaram a sondar as condições de um possível negócio com o avançado.

Seja como for, há uma certeza: numa fase bastante atribulada da vida do Barcelona (até para o novo treinador Ernesto Valverde, que já admite a possibilidade de colocar um modelo de jogo centrado no seu número 10, algo que não aconteceu na Supertaça), Messi terá um papel preponderante no futuro do clube. E ficará sempre a ganhar porque, renovando ou saindo, será, pelo menos, o segundo futebolista mais bem pago atrás de… Neymar, além de ter uma preponderância sempre grande e cada vez maior no grupo de trabalho e nas decisões tomadas.