O Governo catalão anunciou que a busca pelo suspeito do ataque desta quinta-feira em Barcelona, que resultou na morte de 13 pessoas, foi alargada a toda a Europa. “Este suspeito já não está a ser apenas procurado na Catalunha, mas em todos os países europeus”, disse Joaquim Forn, responsável pela pasta dos Assuntos Internos do Governo da Catalunha, citado pela TVI 24.

O responsável anunciou também, em entrevista à Catalunya Ràdio, que a identidade do condutor da carrinha que atropelou mais de 140 pessoas nas Ramblas já foi confirmada: trata-se mesmo de Younes Abouyaaqoub, um marroquino de 22 anos. De acordo com Forna, as autoridades estão a trabalhar partindo do princípio de que Abouyaaqoub estava sozinho no interior da carrinha e que, “nesta altura está afastada a hipótese de um novo atentando”. Por essa razão, ainda “não foi ativado o nível de segurança cinco”.

As autoridades policiais da Catalunha (Mossos de Esquadra) anunciaram que o autor do atropelamento tinha sido identificado mas não divulgaram o nome do suspeito, remetendo mais informações sobre as investigações para a conferência de imprensa que decorreu esta segunda-feira às 12h30 (11h30 em Lisboa) na capital catalã.

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Durante esta, o chefe dos Mossos de Esquadra deixou em aberto a possibilidade de Abouyaaqoub ter atravessado a fronteira com França, insistindo, porém, que não dispõem de mais informações sobre o suspeito.

Imã de Ripoll não tinha antecedentes criminais

Sobre o imã da mesquita de Ripoll, que poderá ser o cérebro por trás dos atentados em Barcelona e Cambrils, Joaquim Forn adiantou que não se “conhecia nenhum antecedente”. “A comunidade muçulmana não pensava que se tratava de uma pessoa radical”, disse durante a entrevista à Catalunya Ràdio, citado pelo El Mundo.

No domingo, o El Pais, citando fontes próximas da investigação, noticiou que Adbelbaki Es Satty, de 40 anos, podia “ser próximo do salafismo, uma corrente que defende uma interpretação do Islão e que defende a instauração de uma ordem islâmica”. Há 79 locais de oração na Catalunha, sendo que “um em cada três seguem” o salafismo. Satty terá morrido na explosão da casa de Alcanar, em Tarragona, que estará também relacionada com os ataques em Barcelona e Cambrills.

Abdelbaki Es Satty: o imã que esteve preso e que pode ser o líder da célula terrorista da Catalunha

O conselheiro do Interior adiantou ainda que foram realizadas mais buscas em Ripoll, onde muitos dos suspeitos viviam, durante a noite.

Hans Bonte, presidente da câmara municipal de Vilvoorde, na Bélgica, disse ao canal de televisão VRT que Satty esteve na Bélgica em 2016 à procura de emprego. “Sabemos que esteve aqui entre janeiro e março de 2016, em Diegem, Vilvoorde e Bruxelas. A polícia local vigiou intensamente”, disse Bonte, citado pelo La Vanguardia. Contudo, segundo um conhecido do imã ouvido pelo El País, Satty não conseguiu arranjar trabalho porque se recusou a entregar o seu registo criminal.

Autoridades investigam morte de um jovem em Sant Just Desvern

Durante a entrevista à à Catalunya Ràdio, Forn revelou ainda que as autoridades estão a investigar a morte de um jovem em Barcelona. Pablo Pérez foi encontrado sem vida no interior do seu carro na zona de Sant Just Desvern e poderá ser a vítima número 15 dos ataques terroristas na Catalunha.

Além das 13 pessoas do atropelamento em Barcelona, uma mulher morreu em Cambrils quando cinco homens tentaram replicar o ataque ocorrido horas antes na capital catalã. Os alegados terroristas foram mortos a tiro pelas autoridades.

El País divulga fotografias do suspeito

O jornal El País teve acesso a imagens que mostram que Younes Abouyaaqoub terá fugido do local do atentado pelo Mercado da Boquería, em Barcelona.

Segundo o El País, prevê-se que durante a manhã desta segunda-feira seja divulgada a identidade de todas as vítimas mortais dos atentados. Até agora, foram identificadas oficialmente 11 das 13 vítimas do atropelamento em Barcelona. É também conhecido o nome da mulher que foi esfaqueada, horas depois, em Cambrils.