A McLaren sabe que, se o presente é a gasolina para os superdesportivos, é claro, o futuro é decididamente eléctrico, pelo que continuar a virar as costas à electricidade era uma decisão de que podia arrepender-se dentro de muito pouco tempo. E como “a sorte protege os audazes”, eis que um grupo de clientes forneceu-lhe uma oportunidade de ouro: desenvolver um desportivo eléctrico às suas próprias expensas.

As últimas temporadas na Fórmula 1 não terão feito maravilhas à imagem da McLaren, mas a sua divisão de veículos de estrada corre sobre rodas. Como, aliás, seria pressuposto. Os seus superdesportivos são tão exuberantes de aspecto, como possantes e rápidos, mas sempre a gasolina e com turbo. Ou, melhor, turbos – tudo para extrair o máximo de potência, sem contudo fazer disparar o peso ou os consumos.

É claro que os dirigentes da McLaren não são distraídos a ponto de não repararem nos superdesportivos 100% eléctricos que regularmente chegam ao mercado, vindos de marcas que “ninguém conhece” e concebidos por técnicos de quem nunca ninguém ouviu falar. Mas é esta a beleza dos automóveis eléctricos, que por ser uma nova tecnologia, nivelou todos os players e anulou a vantagem dos construtores tradicionais.

Vem isto a propósito de um reduzido número de clientes da marca ter revelado interesse em adquirir um superdesportivo eléctrico digno desse nome. Vai daí, o construtor inglês recorreu à McLaren Applied Technologies, que vai fornecer as baterias aos Fórmula E a partir de 2018, de forma a permitir-lhes realizar uma corrida sem ter de mudar de veículo, e a quem caberá fornecer as baterias e motores para o novo superdesportivo da casa.

Resolvido o problema das baterias e dos motores, e como de chassis e suspensões sabe a McLaren, tudo o resto vai ser simples. Muito simples. Mas isso não impede que os tais cinco clientes afortunados tenham de esperar até 2022. Basicamente porque, antes disso, a McLaren quer electrificar a maioria dos seus desportivos (só os Sport e Super Series), equipando-os com pequenas baterias e pequenos motores (200 ou 300 cv, só para não dizer que não tem nada…) para ajudar no arranque e nas reprises. No limite, até para entrar e sair do estacionamento.

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