O governo de Michel Temer extinguiu a Renca (Reserva Nacional de Cobre e Associados), uma das mais vastas da Amazónia, com o objetivo de atrair investimentos para o setor da mineração, incluindo a exploração de ouro. Ambientalistas alertam para o risco das reservas naturais e ameaça para tribos indígenas, lê-se na BBC.

A proposta foi feita pelo Ministério de Minas e Energia em março passado, mas só esta quarta-feira é que Michel Temer, através de um decreto publicado no Diário Oficial da União, abriu espaço para a exploração privada da zona. Segundo o ministério, o objetivo desta medida seria viabilizar o potencial mineral da região e estimular a economia dos dois estados: Amapá e Pará.

Isto porque a área em questão, com quase quatro milhões de hectares, abrange ambos os estados do Amapá e Pará e é rica em ouro e outros minérios. A extinção da reserva, criada em 1984, permite a exploração mineral, mas o governo garantiu que nove áreas de conservação e indígenas continuariam a ser legalmente protegidas.

A extinção não afasta a aplicação de legislação específica sobre a vegetação nativa, unidades e conservação da natureza, terra indígenas e áreas em faixa de fronteira”, lê-se no decreto nº 9.142.

Mas os ambientalistas continuam de pé atrás e temem as consequências que esta medida possa ter. Jaime Gesisky, especialista em políticas públicas da WWF Brasil afirmou que “uma eventual corrida do ouro para a região poderá causar danos irreversíveis a culturas e ao património natural brasileiro”.

A Renca engloba nove áreas protegidas: o Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, as Florestas do Paru e do Amapá, a Reserva Biológica de Maicuru, a Estação Ecológica do Jari, a Reserva Extrativista Rio Cajari, a Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Iratapuru e as Terras Indígenas Waiãpi e Rio Paru d`Este.

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