Vamos recuar uma temporada: o Sporting entrou diretamente na Liga dos Campeões mas acabou por nem ir à Liga Europa, depois de perder na Polónia. Só ganhou um jogo, frente ao Legia. Mas perdeu em Madrid por 2-1 a abrir numa das melhores exibições da temporada e estando a ganhar por 1-0 aos 88 minutos. E se tivesse ganho este primeiro jogo, como teria sido?

O grupo deste ano é tão ou mais complicado para os leões, juntando o vice-campeão europeu (e seis vezes seguidas vencedor da Serie A, Juventus), o candidato do costume ao triunfo na Champions (Barcelona) e o eterno campeão da Grécia (Olympiacos). Terá um calendário onde começa fora com a Olympiacos, recebe o Barcelona e depois tem dois jogos seguidos frente à Vecchia Signora, em Turim e em Alvalade. E se… como será?

JUVENTUS

Ainda se recorda da Juventus vice-campeã europeia no ano passado que caiu apenas na final frente ao Real Madrid? Aquela que eliminou o FC Porto com vitórias no Dragão e em Turim? Então é assim: tire-lhe Bonucci e o suplente Lemina, acrescente-lhe Federico Bernardeschi, Matuidi ou Douglas Costa e está apresentado o próximo adversário na Liga dos Campeões. Ainda para mais, com o mau histórico dos leões com italianos.

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Com o bem conhecido Alex Sandro (lateral brasileiro ex-FC Porto) entre uma constelação de estrelas, o conjunto de Massimiliano Allegri nem começou da melhor forma a temporada oficial (perdeu a Supertaça para a Lazio) mas arrancou a Serie A com uma categórica vitória caseira frente ao Cagliari (3-0) rumo ao objetivo de alcançar aquele que seria, em caso de sucesso, o sétimo Campeonato consecutivo.

Há mais de 50 jogos sem derrotas em casa, a Vecchia Signora volta a partir para esta Liga dos Campeões como uma das principais favoritas à vitória, tal como os grandes de Espanha e o Bayern (as casas de apostas continuam a não acreditar nos conjuntos ingleses) e a única boa notícia que o Sporting ainda pode ter antes de defrontar a equipa transalpina é a possibilidade ainda em aberto de Dybala sair… por um valor astronómico.

BARCELONA

Nunca existe uma boa altura para defrontar o Barcelona, longe disso. Mas dentro dessa sempre-má-altura, esta seria a melhor (ou a menos má): os catalães vivem um período de particular instabilidade (adensado pelas notícias entretanto desmentidas que davam conta da possibilidade do Manchester City pagar a cláusula de 300 milhões de euros por Messi) sobretudo desde a saída de Neymar, naquele que foi o maior negócio de sempre.

Ainda a tentar fechar os últimos reforços (Paulinho está confirmado, Dembélé deve ser o próximo, Seri e Coutinho parecem andar cada vez mais longe), os blaugrana agora orientados por Ernesto Valverde perderam a Supertaça frente ao Real Madrid em dois jogos (3-1 e 2-0), vencendo depois o Betis em Camp Nou por 2-0 no início da Liga A. Há sempre Messi, Suárez (que agora até está lesionado), Iniesta, Busquets ou Piqué, mas, para já, este Barça dos portugueses Nelson Semedo e André Gomes está longe dos períodos áureos que viveu nos últimos anos.

Sporting e Barcelona já se defrontaram por duas ocasiões: em 1986/87, Julio Alberto deu vantagem aos catalães na primeira mão e, quando os leões ganhavam por 2-0 (Negrete e Meade) em Alvalade a seis minutos do final, Roberto fez um golo fabuloso de fora da área que deu a qualificação na segunda ronda da Taça UEFA; em 2008/09, na fase de grupos da Champions, a história foi outra e os espanhóis ganharam por 3-1 em Camp Nou (Rafa Márquez, Eto’o e Xavi; Tonel) e por 5-2 em Alvalade (Miguel Veloso e Liedson; Henry, Piqué, Messi, Caneira p.b. e Krkic).

OLYMPIACOS

O Olympiacos nunca defrontou o Sporting em termos oficiais (mediram forças no Torneio Cinco Violinos em Alvalade em 2012) mas deve conhecer ao pormenor a equipa verde e branca. Porquê? Faça as contas: nos últimos cinco anos, teve quatro técnicos portugueses e três treinaram também os leões (Leonardo Jardim, Marco Silva e Paulo Bento, porque Vítor Pereira já foi falado mas nunca passou pelo clube). Agora, é comandada pelo albanês Besnik Hasi, mas nem por isso perdeu a conexão nacional.

André Martins, médio que fez toda a formação em Alvalade, está desde o ano passado no Olympiacos, sendo o único português do plantel grego a par de Diogo Figueiras, lateral que passou pelas escolas do Benfica antes de passar por Pinhalnovense, P. Ferreira, Moreirense, Sevilha e Genoa. Os avançados Medi Carcela (Benfica), Felipe Pardo (Sp. Braga) e Sebá (FC Porto e Estoril) também passaram pela Primeira Liga.

Campeão grego há sete anos consecutivos (e sem grande luta), o Olympiacos tem no médio Fourtounis, no ala Marko Marin e no avançado Emmanuel Emenike as grandes referências de uma equipa que, em relação à última temporada, perdeu apenas o central Dimitrios Siovas para o Leganés, entre os elementos mais utilizados. Apenas por uma vez os leões defrontaram um conjunto grego, quando venceram o Panionios por 4-1 (Custódio, Douala, Liedson e Hugo Viana) na Taça UEFA de 2004/05.