O presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique – CTA defendeu esta quinta-feira maior interação entre os setores privados moçambicano e japonês, considerando que o governo deve ser apenas um regulador.

Achamos que seria melhor que estes investimentos fossem feitos numa plataforma equitativa, onde de um lado da balança pendesse o setor privado e do outro, que é o nosso, pendesse também para o setor privado e não o Governo”, declarou Agostinho Vuma à Lusa.

O presidente da CTA falava à margem da Conferência Internacional de Tóquio para o Desenvolvimento de África, um encontro em Maputo que junta ministros africanos dos negócios estrangeiros para debater os desafios do continente.

De acordo com Vuma, dos 73 memorandos assinados entre o Japão e os países africanos no ano passado, Moçambique assinou seis, mas todos estes foram firmados pelo Governo e por empresas privadas.

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Do lado do Japão, as empresas que assinam estes memorandos são quase sempre privadas e é assim que deve ser”, afirmou.

Para Vuma, o Japão já demonstrou “total interesse” em ampliar o seu investimento em África e agora é a hora de os africanos mostrarem que estão preparados, principalmente o setor privado. “Nós ganharíamos mais se esta plataforma fosse entre privados”, acrescentou Vuma, observando que esta seria uma alternativa para que haja realmente transferência de know-how.

O Japão é o nono parceiro comercial de Moçambique. As exportações de produtos e serviços japoneses totalizaram, em 2016, um valor de 108 milhões de dólares, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística moçambicano. As exportações de bens moçambicanos para o Japão foram de cerca de 31 milhões de dólares, logo a seguir a Portugal.