O Harvey chegou à costa do Texas com menos força, o furacão passou de nível 4 para nível 3, mas as autoridades americanas mantêm o alerta para a pior tempestade a atingir o país em mais dez anos. Mais do que o vento é a intensidade da chuva que está a provocar mais danos, o efeito das cheias deve acentuar-se nos próximos dias. A tempestade é o primeiro grande desafio da administração Trump na resposta a catástrofes naturais.

“Isto vai evoluir de uma preocupação com o vento para um risco de cheias. A forte chuva e as inundações ameaçam continuar até ao meio da próxima semana, ainda podemos estar a falar sobre isto na terça, quarta ou quinta-feira da próxima semana”, disse Dan Pydynowsky, um meteorologista do State Vollege Pennsylvania, citado pela agência Bloomberg. Um modelo matemático usado para medir os prejuízos de catástrofes naturais aponta para prejuízos de 1,59 mil milhões de dólares.

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A tempestade está ainda a afetar uma área sensível para a indústria petrolífera e de gás natural dos Estados Unidos. Um quinto da capacidade de refinação do Texas está fechada, bem como várias infraestruturas de transporte. Um quardo da produção petrolífera do Golfo do México também interrompeu a produção. Para já, as cidades mais afetadas ficam na costa do golfo, Rockport e Corpus Chritis, mas os efeitos também se fazem sentir em Houston, a quarta maior cidade americana. Há voos cancelados, animais e colheitas em risco e quase 300 mil pessoas estavam sem eletricidade.

O autarca de Rockport, uma cidade costeira com 10 mil habitantes, disse que o furação deixou um rasto de devastação que causou estragos em casas, lojas comerciais e escolas, deixando ainda outras infraestruturas danificadas. O furacão colocou o primeiro desafio às equipas de emergência durante o mandato do presidente Donald Trump, que declarou o estado de calamidade pública na região. No tweey, Trump informou que está a seguir atentamente o caso, a partir de Camp David, observando que a cidade, o Estado e o Governo Federal estão a “trabalhar juntos”.

Os ventos chegaram a atingir os 130 quilómetros/hora nas imediações de Corpus Christi, a cidade mais próxima do centro do furacão, com tempestades da categoria 4. Gradualmente, tornaram-se mais fracos, mas permaneceram destrutivos, com ventos de 90 quilómetros/hora. Não foram ainda reportadas mortes, mas os ventos fortes motivaram vários pedidos de ajuda às equipas de emergência, que tiveram dificuldade em responder sempre com prontidão.

Harvey foi o primeiro furacão significativo a atingir o Texas desde 2008, quando o Ike, com ventos até 177 quilómetros/hora atingiu Galveston e Hoston, causando 22 mil milhões de dólares de prejuízos.