Carlos Santos Silva, o amigo de José Sócrates cujas ligações financeiras ao ex-primeiro ministro estão no centro das investigações da Operação Marquês, foi acionista minoritário da holding do Grupo Lena para a comunicação social que lançou o jornal i. A informação é avançada pelo Jornal de Negócios com base no depoimento prestado pelo presidente do Grupo Lena aos procuradores deste inquérito. António Barroca Rodrigues foi ouvido como testemunha neste processo que também investiga as relações entre o Grupo Lena e o ex-primeiro ministro, tendo levado gestores deste grupo de construção a ser constituídos arguidos. Carlos Santos Silva chegou a ser administrador do grupo Lena e prestou vários serviços para o grupo.

Carlos Santos Silva terá tido 17% da Lena Comunicação, a holding que lançou o jornal i em 2009, quando Sócrates estava no final do primeiro mandato, meses antes das eleições para um segundo mandato. Esta participação resultou, segundo informação avançada pelo Negócios, da integração neste grupo da posição acionista que aquele empresário detinha no Jornal de Castelo Branco.

O i foi um projeto de diário nacional e generalista, mas o principal negócio da Lena Comunicação era a imprensa regional. Com a crise económica e já depois do resgate a Portugal, o Grupo Lena fez uma reestruturação do negócio dos media e entregou o jornal i ao empresário Jaime Antunes em meados de 2011.

Uma das linhas de investigação que estará a ser seguida pelos procuradores da Operação Marquês, é um alegado plano do ex-primeiro-ministro e de pessoas do seu círculo para controlar a comunicação social. Um dos elementos que sustenta esta tese resulta das escutas a Armando Vara, antigo governante do PS ex-administrador do BCP, que foi ouvido no quadro do processo Face Oculta.

Escutas a Vara. Mais revelações sobre plano para controlar os media

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