O Presidente de Governo de Espanha, Mariano Rajoy, desvalorizou os apupos e vaias que lhe foram dirigidas este sábado na manifestação contra o terrorismo em Barcelona, onde desfilou ao lado do Rei Filipe VI e do presidente do governo regional da Catalunha, Carles Puigdemont.

“Nós, os resto dos espanhóis, fomos dar-lhes o nosso apoio à vítimas do terrorismo e a nossa solidariedade com todos os catalães sensatos, moderados e respeitosos, como a imensa maioria. A todos eles, o resto dos espanhóis foi dar-lhes o seu apoio e a sua solidariedade. E não escutámos as afrontas de alguns”, garantiu este domingo, num discurso na Galiza. “Estivemos onde tínhamos de estar, estamos orgulhosas de lá ter estado e de que lá também tivesse estado o chefe de Estado”, acrescentou Mariano Rajoy, referindo ao rei Carlos VI, que ao ter participado no desfile deste sábado tornou-se no primeiro rei espanhol a participar numa manifestação cidadã.

A manifestação aconteceu no mesmo dia em que o Financial Times publicou uma entrevista com Carles Puigdemont, onde este pôs um fim ao efémero período de tréguas entre o governo regional e o Governo central espanhol, tendo em vista o catalão para a independência da Catalunha, agendado para 1 de outubro à revelia de Madrid. Ao Financial Times, Carles Puigdmenont recordou o pedido que fez, ainda antes do atentado, ao Governo de Mariano Rajoy para criar 500 novos postos de trabalho nos Mossos d’Esquadra, a polícia catalã. O pedido acabou por ser negado. “Pedimos-lhes que não usassem a segurança para fins políticos”, disse. “Infelizmente, o Governo espanhol tem outras prioridades.”

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Na mesma entrevista, Carles Puigdemont garantiu que o governo regional da Catalunha já tinha 6 mil urnas preparadas para serem usadas no referendo de 1 de outubro.

Sobre este tema, Mariano Rajoy instou o presidente do governo regional da Catalunha a”renunciar aos seus planos de rutura, divisão e radicalismo”. E, devolvendo o discurso ao tema do terrorismo e retirando-o da independência da Catalunha, disse: “Ninguém conseguiu vencer o terrorismo sozinho. Vencer o terrorismo desunidos não é possível. A união dos democratas é o pior inimigo do terror e o maior favor ue podemos fazer aos terroristas é termos fissuras entre nós”.

Marcha em Barcelona. Meio milhão mostrou que não tem medo, mas houve assobios a Filipe VI e a Rajoy