O comissário europeu Carlos Moedas defendeu esta terça-feira em Mação que a prevenção é a chave para o problema dos incêndios e anunciou um investimento europeu de 125 milhões de euros para a investigação no setor.

“Portugal tem, de uma vez por todas, de olhar para esse futuro que é a prevenção, porque a prevenção é a chave para resolver a situação, se conseguirmos prever, e se conseguirmos ordenar o território como hoje vimos aqui em Mação, vamos conseguir, porque temos aqui bons exemplos”, disse o comissário europeu para a Investigação, Ciência e Inovação.

Carlos Moedas falava no âmbito da visita que fez esta terça-feira às áreas ardidas no concelho de Mação, no distrito de Santarém.

Com um total de 27.500 hectares de área florestal destruída pelos incêndios de julho e de agosto, cerca de 75% do território de Mação, o comissário europeu disse que o Governo português e os municípios devem olhar para todos os fundos europeus disponíveis, incluindo o “Plano Juncker”, e anunciou um orçamento na ordem os 125 milhões de euros, até 2020, para que os especialistas estudem e apresentem propostas para a resolução do problema.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Decidimos propor ao Parlamento uma verba de quase 125 milhões de euros para os anos 2018, 2019 e 2020 para o estudo do que vimos aqui, em termos de planeamento, e o efeito que tem o não ordenar o território”, referiu.

Questionado sobre a pertinência do pedido de Mação para a ativação do “Plano Juncker” para o reordenamento da floresta nacional, o comissário europeu disse ser “uma ideia sólida” e que o “Plano Juncker tem capacidade para ajudar neste aspeto”.

Com esta visita, o comissário quis ver no terreno o apoio prestado pela União Europeia no combate aos incêndios florestais através do Mecanismo Europeu de Proteção Civil, a utilização dos diferentes fundos europeus acionados no seguimento dos incêndios e reconhecer simbolicamente o trabalho dos bombeiros voluntários.

“Por parte da Europa, o objetivo foi conseguir desbloquear os 45 milhões que estavam alocados de forma diferente para poder ajudar não só a nível das infraestruturas, como das empresas, das pessoas, dos municípios”, referiu Moedas.

O comissário europeu disse ainda aos jornalistas que sai de Mação com uma “imagem de tristeza, mas também de uma certa esperança por ver estes homens e mulheres aqui, a lutarem todos os dias”.

“Temos de conseguir fazer melhor em Portugal, temos de conseguir prevenir estas situações”, disse Carlos Moedas, apelando aos investigadores e professores portugueses para concorrerem ao programa de Ciência da Comissão Europeia, que pode financiar projetos para conseguir fazer o ordenamento.