O município de Vila de Rei, no distrito de Castelo Branco, contabilizou 10 mil hectares de área queimada, entre outros prejuízos, e apelou à sua integração no projeto-piloto de reflorestação e ordenamento do território florestal.

Em comunicado, a autarquia deu esta quarta-feira conta que os incêndios que afetaram o concelho de Vila de Rei entre 13 e 18 de agosto “causaram um elevado número de prejuízos diretos, registando um total de 10 mil hectares de área ardida (cerca de 100 km2), que correspondem a 52% da área do concelho”.

No documento, assinado pelo presidente, Ricardo Aires, revela que há ainda a registar “um grande número de habitações afetadas pelas chamas e mais de 50% do concelho totalmente carbonizado”.

Esperamos que, desta vez, o Governo Central não se esqueça de Vila de Rei e que nos possa incluir no projeto-piloto de reflorestação e ordenamento do território florestal, que é uma das soluções para a rearborização do nosso concelho”, apelou o autarca.

Segundo o relatório do primeiro levantamento levado dos estragos em Vila de Rei, há a registar uma casa de primeira habitação totalmente destruída e de duas parcialmente destruídas. A juntar a estes números juntam-se ainda 12 casas de habitação parcialmente afetadas pelas chamas, 32 barracões/palheiros, 17 casas em ruínas e 13 depósitos de água.

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Além da floresta ardida, o município de Vila de Rei contabiliza também 1.723 árvores de fruto, 18.493 videiras, 1.223 sobreiros, 4.943 medronheiros, 19 máquinas e equipamentos agrícolas, 28.782 metros de mangueira e 1.710 metros de cercas e vedações que foram destruídas pelas chamas, a par da morte de 40 animais e a destruição de 958 colmeias.

De momento, e tendo em conta que o Ministério da Agricultura não deu ainda qualquer orientação sobre as respostas a dar nesta situação, o município de Vila de Rei e a Acripinhal encontram-se a assegurar a alimentação dos animais cujos proprietários perderam os locais de pastagem e, consequentemente, as condições para garantir a sua subsistência”, pode ler-se na mesma nota.

“Com a floresta a ser uma importante fonte de rendimento para os vilarregenses – quer com o aproveitamento direto das árvores quer, indiretamente, com a sua potencialização em termos turísticos – cabe-nos agora voltar a reerguer e mostrar que esta tragédia será novamente ultrapassada graças à garra e coragem que a população vilarregense já demonstrou em outras situações semelhantes”, conclui.