O verão em Lisboa não se faz só de visitas a monumentos antigos, de fado, santos populares e sardinhas na grelha, esta é uma ideia feita e demasiado gasta. Também não é novo o posicionamento de Portugal no roteiro dos grandes (e médios) festivais da Europa, daí que já não seja de estranhar a naturalidade com que se repete, pelo quarto ano consecutivo, um festival de música eletrónica que começa às duas da tarde em pleno Parque Eduardo VII. O vídeo de apresentação do Lisb-ON é um convite, precisamente, a visitar essa outra Lisboa.

O Lisb-ON começa esta sexta-feira (dia 1) e termina no domingo (dia 3), vão ser três dias para dizer olá a setembro e adeus às férias. José Diogo Vinagre, responsável de comunicação da Jardim Sonoro, empresa que organiza o festival, explicou ao Observador que o festival “marca o regresso a Lisboa depois do verão, o regresso à rotina com três dias de música, bom ambiente, boa comida, animação e convívio. É Lisboa a voltar a ficar ‘ON’” — é daqui que vem o nome.

Musicalmente, José Diogo define o Lisb-ON como “um festival eclético dentro da música eletrónica, com vários estilos representados” (house, techno, funk, nu-disco e até o jazz), um evento que atrai as pessoas sobretudo pela música, mas o ambiente é tão peculiar que “aparecem por lá muitas famílias, gente de todas as idades”, contou-nos o responsável da Jardim Sonoro, que espera que este ano o veterano Tony Allen faça chegar ao Lisb-ON uma certa “old school”, a enriquecer ainda mais o leque de gerações.

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Fonte: facebook.com/lisbonjardimsonoro

Os pais que levam os mais pequenos até ao Parque Eduardo VII têm onde entreter os miúdos. A Lisb-ON Kids é uma zona preparada para os receber, com jogos e atividades monitorizadas por educadoras de infância. As sombras são abundantes, há muitos espaços para brincar, para esticar as pernas e “até para fazer um piquenique”. Todo o conceito é “verde”, por isso os festivaleiros são chamados de “jardineiros”.

A preocupação ambiental está nos alicerces do evento, mas como nos explicou José Diogo Vinagre. “Ser ecológico é caro”, mas o esforço é permanente. Exemplo disso são os três mil cinzeiros portáteis que vão ser distribuídos gratuitamente e a utilização de copos reutilizáveis. Noutra escala, o novo palco Carlsberg Hillside vai ser alimentado por energia solar.

Fonte: facebook.com/lisbonjardimsonoro

O Lisb-ON é um festival diurno que acontece no coração da cidade, também por isso começa e acaba cedo (das 14h à meia-noite). Para os hábitos lusitanos esta hora de fecho não é nada tardia, daí que a festa continue noutros locais da cidade. São vários os estabelecimentos que se associam ao Lisb-ON numa espécie de “after hours”, nomeadamente o Ministerium Club, Incógnito e Musicbox, bem como bares e restaurantes que oferecem descontos aos “jardineiros” que se espalharem pela cidade – consulte a lista completa aqui.

Os portugueses continuam a representar a maior fatia do público, com boa parte dos 30% de estrangeiros a chegar ao Jardim por via indireta, aproveitando o melhor dos dois mundos (Lisboa e a música) — não é por acaso que o festival é promovido em parceria com a Câmara Municipal de Lisboa e o Turismo de Lisboa. “Há hotéis que mobilizam muitos estrangeiros a participar no festival e a parceria com a Festicket [pacotes que incluem o bilhete e a estadia] tem corrido bem, deverá trazer cerca de mil turistas ao Lisb-ON”, contou-nos o responsável de comunicação.

Voltando ao Parque Eduardo VII, importa dizer que a lotação está fixada nas oito mil pessoas por dia – os bilhetes para sábado já estão quase esgotados. A entrada no recinto é feita pelo lado esquerdo do Parque e, para lá chegar, há vários transportes públicos, sendo o metropolitano o mais rápido e cómodo.

Lisb-ON 2017. Mapa do recinto no Parque Eduardo VII

Por fim, a música, o mais importante. José Diogo Vinagre utiliza uma expressão particularmente feliz para caracterizar o festival: “O Lisb-ON é um jardim que dá música” e onde “até a escolha dos artistas é feita para embelezar o jardim”.

No primeiro dia desta quarta edição os destaques vão para a dupla Kiasmos (19h45) e para o set de Sven Vath (21h); no sábado, Tony Allen (17h45) e Nina Kraviz (21h15); e no domingo, MCDE (19h) e DJ Koze (21h). São apenas referências, garantimos que vale a pena consultar o cartaz completo e fazer os trabalhos de casa.

Os bilhetes diários estão à venda nos locais habituais por 25€, o passe para os três dias custa 55€ e o passe de fim de semana (sábado e domingo) 45€. A etiqueta oficial do evento é #JARDIMSONORO