“Barry Seal: Traficante Americano”

Em finais dos anos 70, Barry Seal era um experimentado piloto da TWA, quando foi contactado pela CIA para fazer missões clandestinas de reconhecimento sobre a América do Sul. Mais tarde, Seal tornou-se um correio entre aquela agência de espionagem e o general Noriega, então Presidente do Panamá, envolvendo-se depois com o Cartel de Medellín de Pablo Escobar, para o qual passou a pilotar aviões carregados de droga entre a Colômbia e os EUA. Preso em 1984 em Miami por lavagem de dinheiro e tráfico de fármacos, Seal concordou em informar as autoridades americanas sobre as suas atividades ilícitas, em toca de proteção. Tom Cruise interpreta Seal em “Barry Seal: Traficante Americano”, de Doug Liman, que conta, com as inevitáveis compressões temporais, omissões factuais e liberdades dramáticas, e ênfase na ação, a história deste anónimo piloto comercial que acabou por se meter com os mais poderosos e temíveis traficantes de droga do mundo na década de 80. O filme foi parcialmente rodado na Colômbia, onde se deram muitos dos acontecimentos nele narrados.

“O Meu Nome é Michael”

Em 2011, a revista de domingo do “The New York Times” publicou um artigo de um jornalista e activista homossexual de São Francisco sobre o seu ex-colega e amigo Michael Glatze, que havia abandonado o jornalismo, a militância “gay” e o agnosticismo, e passado por uma profunda transformação psicológica e anímica. Tornou-se heterossexual, deixou o homem com quem vivia, arranjou uma noiva, sofreu uma conversão religiosa e foi ser pastor de uma igreja no interior dos EUA. Este filme de Justin Kelly, produzido por Gus Van Sant, com James Franco no papel de Michael Glatze e Zachary Quinto no do seu antigo amante, propõe-se contar a peculiar história deste homem que mudou radicalmente de orientação sexual, de vida e de crenças. Só que o faz com luvas de pelica, procurando não ofender nem melindrar nada nem ninguém, o que acaba por esvaziar “O Meu Nome é Michael” de intensidade dramática, de confronto de ideias e opiniões e de sumo polémico, transformando a fita numa estopada superficial e verbosa.

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“Índice Médio de Felicidade”

O novo filme de Joaquim Leitão adapta o romance homónimo de David Machado e passa-se no auge da crise em Portugal. Marco D’Almeida interpreta Daniel, um homem que fica sem emprego com o fecho da agência de viagens onde trabalhava. A mulher tem que ir para Viana do Castelo, ajudar no café dos pais, levando consigo a filha e o filho do casal, enquanto que Daniel fica em Lisboa para tentar arranjar uma nova colocação. Só que as coisas vão de mal a pior. O banco fica com a casa da família por falta de pagamento das prestações, e Daniel vai viver para o seu carro, mudando-se depois para as instalações devolutas do antigo emprego. A história dá uma guinada, e introduz uma nota de esperança, quando Daniel, os filhos, o filho de um amigo, um amigo depressivo que não sai de casa há anos e um reformado que conheceu na Internet, se fazem à estrada para ir ajudar uma desconhecida a Andorra. “Índice Médio de Felicidade” foi escolhido como filme da semana pelo Observador, e pode ler a crítica aqui.