Tomou posse menos de um mês depois dos incêndios que devastaram a zona de Pedrógão Grande e está determinado a fazer a reforma da floresta e em “quebrar o ciclo de fogo” — aprendendo com a tragédia que aconteceu na zona, do distrito de Leiria.

Em entrevista esta sexta-feira ao Público, Miguel Freitas, secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, diz que a área ardida vai funcionar como uma espécie de laboratório da referida reforma: “Estamos a trabalhar no sentido de termos um novo modelo de recuperação de áreas ardidas. Isto é, vamos trabalhar essencialmente a cobertura do solo com material da floresta triturado em zonas de encosta mais inclinada para evitar a erosão. Vamos criar vários campos de demonstração para criar novas técnicas aproveitando o que está no território. Vamos trabalhar também no controlo de infestantes, uma área na qual é preciso agir rapidamente”.

Garantindo que “muros” entre prevenção e combate aos incêndios não só não fazem sentido como devem ser derrubados urgentemente, Miguel Freitas admite ainda que os bombeiros possam ser no futuro chamados a fazer trabalhos de limpeza de matas, até agora da competência dos sapadores florestais. “Nós temos de trazer a lógica do combate para a prevenção. Só no momento em que conseguirmos que quem está no combate possa fazer prevenção é que conseguiremos vencer o desafio que temos pela frente (…) Não me repugna a ideia de que os bombeiros possam também ter intervenção em matéria de prevenção.”

Outra das metas do secretário de Estado passa pelo equilibrar da balança entre as despesas empregues na luta contra e na prevenção dos fogos: “Do ponto de vista anual, gastam-se cerca de 120 milhões de euros, dois terços em combate um terço em prevenção. Em cinco anos vamos trabalhar no sentido de equilibrar o que é investimento em prevenção e o que é investimento em combate”.

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