O primeiro-ministro são-tomense, Patrice Trovoada, negou este sábado que militares comandados por instrutores ruandeses tenham “tomado de assalto” o Palácio dos Congressos, onde funciona o parlamento, como acusaram na sexta-feira os partidos da oposição.

Trata-se, simplesmente, de um exercício que foi planeado pelas forças de defesa e segurança, nomeadamente da proteção de segurança da Presidência da República”, disse Patrice Trovoada, que considera “uma fantasia” a alegação sobre o envolvimento de tropas do Ruanda neste exercício.

Na sexta-feira, numa conferência de imprensa conjunta, os nove partidos são-tomense da oposição, três dos quais com assento parlamentar, acusaram o Governo do primeiro-ministro Patrice Trovada de “ordenar o assalto”, na quinta-feira, ao Palácio dos Congressos.

“Estamos a caminhar para uma ditadura militar, estamos a caminhar para um momento altamente perigoso, temos que alertar todo o povo são-tomense, a comunidade internacional, para que medidas sejam tomadas”, disse Jorge Amado, dirigente do Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe (MLSTP), principal partido da oposição.

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Estamos mais uma vez a chamar a atenção ao senhor Presidente da República para que tome medidas em relação a isso, senão nós vamos ter que responsabilizá-lo pela nossa segurança e pela própria vida da democracia em São Tomé e Príncipe”, disse, por seu lado, Danilson Cotu, líder da bancada parlamentar do Partido de Convergência democrática (PCD).

O primeiro-ministro assegurou este sábado que foi pedida autorização aos serviços administrativos da Assembleia Nacional para, depois das horas de expediente, ser feito “um pequeno exercício que faz parte da capacitação das forças, cuja missão é de proteção dos dirigentes e das instituições do Estado”.

Patrice Trovoada, que falava à margem da inauguração de um depósito de água, na Vila de Ribeira Afonso, cerca de 20 quilómetros a sul de São Tomé, admitiu que “pode ter acontecido que um ou outro deputado não tenha sido informado” sobre esse exercício.

No seu entender, é preciso não “fazer drama”, já que é um assunto “perfeitamente normal”.

Em qualquer país que funciona, em qualquer Estado organizado isso acontece”, sublinhou, justificando que uma das missões destas forças de segurança é proteger os edifícios e que “essas missões só podem ocorrer se houver um plano de segurança”.

“É preciso perceber que num mundo em que há muitas ameaças nós temos que estar preparados para lidar com elas”, acrescentou o chefe do executivo são-tomense.