O comentador político e antigo líder do PSD, Luís Marques Mendes, falou este domingo à noite das negociações do Orçamento do Estado para 2018, que está a ser agora negociado, e no “enorme” risco político de, em ambiente eleitoral, António Costa ter de ceder “em demasia” às reivindicações dos parceiros. Também disse que o PCP “pondera abster-se neste Orçamento”. Os comunistas desvalorizam as declarações do comentador social-democrata, contornando a questão e sem dizer o que farão quanto ao Orçamento: “O PCP tem experiência e independência políticas bastantes para não ceder a pressões nem se guiar por conselhos de terceiros”.

Confrontada pelo Observador com as afirmações de Marques Mendes, fonte oficial do PCP resume a resposta a dois parágrafos, enviados por escrito. E começa por afirmar que “mais do que responder a ‘comentários’, seja de Marques Mendes ou outros dirigentes do PSD, o PCP está concentrado em dar solução aos problemas dos trabalhadores e do país“.

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O PCP está, como nos últimos dois Orçamentos, a negociar com o PS a proposta que será entregue na Assembleia da República a 13 de outubro. Tanto no Orçamento para 2016, como no deste ano, os comunistas acabaram por viabilizar, com o voto favorável, as propostas do Governo — com acertos também durante os debates na especialidade –, mas desta vez Marques Mendes acredita que o sentido de voto do PCP pode ser contaminado pelo período eleitoral autárquico e acabar por ser pela abstenção. Os comunistas não abrem o jogo e avisam que o partido não “cede a pressões”.

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