Os veículos movidos a electricidade, fornecida por baterias, são ainda uma novidade, com evoluções contínuas – as mais frequentes nos capítulos da potência e autonomia. Mas não há que ficar por aqui. Para o provar, a Bosch apresenta o e-Axle, um eixo tipo hotel de férias: com tudo incluído.

Um automóvel eléctrico, com baterias, tem uma simplicidade técnica que deixa a milhas os modelos com mecânicas tradicionais, sejam elas a gasolina ou a gasóleo. O motor, em si mesmo, deixou de ter três, quatro, cinco, seis ou oito cilindros – em alguns casos até 10, 12 ou 16 – para o substituir por apenas um cilindro (a ocupar por isso um volume muito inferior ao de um motor a combustão, mesmo com apenas três cilindros), e que facilmente pode fornecer mais potência que um bom motor a gasolina.

Outra vantagem da solução eléctrica é a ausência da caixa de velocidades, existindo no seu lugar apenas um desmultiplicador. Na realidade, é como se em vez de sete conjuntos duplos de carretos (correspondente a seis velocidades para a frente, mais marcha-atrás), e respectivos sistemas de selecção, já para não falar da embraiagem, existissem apenas dois carretos, e fixos.

Depois, há a unidade de gestão, que também existe nos motores convencionais, só que aqui é mais volumosa e está ligada ao motor por uma série de cabos, grossos e caros, em cobre, devido à tensão elevada.

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É tudo muito menos complexo quando comparado com as motorizações convencionais. Mas, ainda assim, está longe de ser apenas o “motor eléctrico”.

Mais económico

Para tornar a vida dos fabricantes muito mais simples, a Bosch criou o e-Axle, que prevê fornecer um bloco onde está tudo incluído, do motor e redutor, à unidade de controlo.

A marca alemã chama a atenção que a autonomia depende maioritariamente da capacidade da bateria, mas varia igualmente com o consumo do motor eléctrico e de toda a energia que se perde, sobretudo em forma de calor. E onde a Bosch pretende atingir melhorias é precisamente neste campo, propondo uma unidade motriz completa e mais compacta, com melhor rendimento energético.

A nova unidade e-Axle poderá ser instalada em todo o tipo de veículos, dos pequenos citadinos aos grandes SUV, variando de dimensões e peso consoante a potência pretendida. Entre as vantagens já enunciadas, há ainda a considerar os ganhos em termos de tempo de desenvolvimento para os fabricantes de automóveis, que assim têm à disposição um pack mais compacto e simples de incluir num novo projecto, com vantagens na fase inicial da concepção do veículo.

Mais rápido de montar

Sem cabos e as consequentes ligações entre os diferentes componentes, tanto mais delicadas quando a alta voltagem obriga a conexões mais complexas e delicadas, o e-Axle vai ser mais fácil e menos moroso de montar numa linha de produção de automóveis. Além disso, será ainda menos sensível ao erro ou distracção do operador, uma vez que o número de ligações, devidas à parte mecânica, serão consideravelmente inferiores.

O novo e-Axle deverá estar disponível para venda a partir de 2019 e a Bosch prevê que domine a indústria logo a partir do ano seguinte. Hoje já existem mais de 500.000 carros eléctricos a circular com equipamento Bosch, o que confere à marca uma grande experiência na matéria, o que levou à miniaturização do sistema e inclusão num compartimento único.

O e-Axle estará disponível com potências que variam entre 50 e 300 kW, o que significa entre 67 e 402 cv, com a vantagem de uma unidade com 150 kW (cerca de 200 cv) pesar apenas 90 kg, bastante menos do que se tivesse todos os componentes separados, como hoje é habitual.