As reformas na educação que Emmanuel Macron prometeu ainda durante a campanha eleitoral foram postas em marcha no início desta semana, no arranque do ano letivo francês. Na lista de novidades, o El Español destaca o teto máximo de 12 alunos por turma, nas escolas situadas em zonas mais desfavorecidas. As mudanças, contudo, não ficam por aí.

“A educação é a fonte da coesão de uma nação”, disse na altura o ainda candidato ao Eliseu, durante a apresentação do seu manifesto em Paris, no início do ano. A aposta forte na educação foi ponto importante da sua campanha, sendo dada especial atenção às chamadas Redes de Educação Prioritárias (REP), estabelecimentos de ensino localizados em zonas tidas como problemáticas, onde há um largo histórico de insucesso escolar.

A drástica redução no número de alunos por turma (25 alunos passam a 12) é uma das novidades mais evidente. A primeira fase de implementação desta medida abrange cerca de 2500 turmas — 86% do total das escolas que fazem parte das REP — todas elas com crianças entre os cinco e os seis anos de idade. As restantes, segundo Jean-Michel Blanquer, o ministro da educação gaulês, vão passar a ser lecionadas por dois professores em simultâneo. O executivo francês pretende ainda estender esta redução a outras escolas, fazendo com que no futuro possam vir a haver cerca de 12.000 turmas de 12 alunos um pouco por todo o país.

Macron, um Presidente sozinho

Na lista de alterações merece destaque também o regresso dos quatro dias de aulas por semana, medida a ser aplicada em um terço das escolas gaulesas, principalmente nas que ficam em zonas mais rurais e que têm menos pessoal — “Os ritmos escolares devem poder adaptar-se à realidade de cada território, permitindo manter a semana de quatro dias, caso a alteração se justifique”, defendeu Blanquer numa declaração divulgada em julho.

Eric Charbonnier, um perito em educação da OECD (grupo de trabalho sediado em Paris) destacou a importância destas medidas, dizendo ao Le Parisien que “vinte porcento dos alunos franceses estão em situação preocupante, muito por terem um background de desigualdade social.” É a mesma OECD que, no seu ranking global de níveis de educação, diz que a França é o 27º país da lista, aparecendo atrás da Alemanha (16º lugar) e da Estónia, o país europeu mais bem classificado (3ª posição).

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