A jornalista sueca Kim Wall, que esteve desaparecida na sequência do naufrágio do submarino UC3 Nautilus, terá morrido atingida pela tampa de escotilha do submarino – esta é, pelo menos, a confissão feita pelo próprio Peter Madsen, inventor do submarino, que viajava com a repórter, a um tribunal de Copenhaga, Dinamarca.

O suspeito alega que Kim morreu de forma acidental. Tudo terá acontecido quando o submarino ainda estava na superfície. Madsen explicou que segurava a tampa da escotilha de 70 quilos e Kim seguia atrás dele. O inventor acabou por perder o equilíbrio com o abalo de uma onda e largou a escotilha, que acabou por atingir a jornalista.

“Ouvi um barulho, o barulho do seu corpo a cair ao fundo do submarino. A escotilha fechou e não a vi a cair, só ouvi o som”, disse Madsen. Quando lhe perguntaram por que razão se desfez do corpo da jornalista, o inventor alega que naquele momento de choque achou que “era a melhor coisa a fazer“. Madsen disse ainda ter mentido para ganhar tempo para se despedir da mulher.

Quem é “Foguetão” Madsen, o desenhador de submarinos que terá desmembrado o corpo de uma jornalista

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Madsen explicou que a força do impacto acabou por matar Kim e que junto ao seu corpo ficou uma grande “poça de sangue”. Ainda assim, o inventor nega ter mutilado o corpo, mas confirma que o depositou no mar inteiro, amarrado a alguns pesos para que não emergisse. A versão das autoridades é diferente: a polícia dinamarquesa acredita que o corpo foi cortado de forma intencionada e que, para além disso, as feridas que apresentava teriam sido uma maneira de libertar todo o ar do corpo para que nunca viesse à superfície. As pesquisas forenses mostraram que o submarino terá sido deliberadamente afundado.

Também o Procurador diz haver inconsistências na história de Madsen. Isto porque a polícia encontrou sangue e um par de calças no mesmo sítio onde Kim terá ficado caída. Para além disso, as autoridades encontraram sangue e cabelos na casa de banho do submarino e um par de cuecas na sala das máquinas. O Procurador sugere que pode estar em causa um crime sexual, apesar de Madsen ter desmentido essa hipótese.

O inventor confessou que ficou transtornado com o acidente e que durante alguns momentos pensou em suicidar-se. O tribunal acabou por pedir mais quatro semanas de prisão preventiva e ainda a realização de exames psiquiátricos a Peter Madsen.

O corpo de Kim já tinha sido encontrado pelas autoridades, a 23 de agosto, no Báltico, que confirmaram que o torso sem cabeça correspondia ao corpo da repórter. Peter Madsen confirmou que atirou o corpo ao mar, mas sempre negou ser o responsável pela morte da jornalista.

Suspeito nega ter assassinado e decapitado jornalista sueca