Um padre da Carolina do Norte, descendente do general confederado Robert E. Lee, vai abdicar do seu lugar na igreja depois de alguns membros da sua congregação terem reagido negativamente aos comentários que proferiu na cadeia televisiva de música MTV, onde apoiou a justiça racial e o movimento Black Lives Matter.

Robert W. Lee é um sobrinho distante do general que liderou as tropas da Confederação, que lutaram pela continuidade do regime esclavagista que reinava nos estados do sul dos Estados Unidos até ao fim da Guerra da Secessão, que terminou com a derrota dos sulistas. O padre demitiu-se da Bethany United Church of Christ depois de a sua congregação ter decidido levar a votos a sua permanência à frente da igreja.

No comunicado, Robert W. Lee disse que alguns membros da sua igreja tinham ficado “pouco confortáveis” com os seus comentários de apoio ao movimento Black Lives Matter e à Marcha das Mulheres, um movimento contra as políticas de Donald Trump.

Estátua do general da Confederação Robert E. Lee, no centro do Parque da Emancipação, em Charllotesville. A remoção da estátua provocou uma onda de protestos entre supremacistas brancos e aqueles que lhes opõem. Uma mulher morreu vítima de atropelamento propositado MARK WILSON/Getty Images

“Tenho pena que um dos meus antepassados se tenha tornado um ídolo dos supremacistas brancos, do racismo e do ódio. Como padre, é meu dever moral falar contra o racismo, o pecado original da América”, disse Lee durante a sua intervenção no canal de televisão norte-americano.

Numa entrevista à agência Associated Press, Lee não quis especificar o teor dos comentários dos membros da sua igreja, mas disse ter ficado claro “ser impossível continuar como padre” naquela localidade. Apesar de ter pedido desculpa à congregação por alguma dor que possa ter causado, Robert W. Lee continua a apoiar a remoção de estátuas e monumentos que homenageiem tanto o seu tio afastado como outros membros da Confederação.

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