Há acordo entre o Governo e os bancos CGD, BCP e Novo Banco para a criação de uma entidade para gerir o crédito em incumprimento — mas só empresas consideradas viáveis. Segundo o Público, o chamado Banco de Fomento vai fazer parte desta solução proposta. A proposta será apresentada dentro de alguns dias, pelo Governo e pelo Banco de Portugal.

Os três bancos nacionais com maior volume de empréstimos em incumprimento (só de empresas) vão, eles próprios, criar em conjunto um veículo ao abrigo da figura do Agrupamento Complementar de Empresas. Será este veículo que irá gerir estes créditos e trabalhar para a sua recuperação ou venda. A plataforma irá financiar-se, incluindo junto do Banco de Fomento, e irá fazer injeções nas empresas consideradas viáveis mas que estão em risco de falir devido ao sufoco das dívidas.

Os bancos têm cerca de 30 mil milhões de euros em créditos em risco, dos quais só cerca de metade estará provisionada, isto é, só para metade é que já foram colocados de parte fundos para precaver o incumprimento. O Novo Banco tem cerca de 4,5 mil milhões de euros, a Caixa quatro mil milhões, o BCP mais de três mil milhões e o Montepio cerca de dois mil milhões.

Não há banco mau, nem veículo. Malparado fica nos bancos, mas gestão é partilhada

Em junho, numa entrevista ao alemão Handelsblatt, António Costa confirmou que o processo estava em curso, apesar de há vários anos o problema se arrastar. “Estamos a trabalhar com o Banco de Portugal numa plataforma partilhada para os bancos coordenarem a recuperação de divida. Muitas empresas têm empréstimos junto de vários bancos. Se os financiadores forem capazes de coordenar de forma mais efetiva entre si, será mais fácil recuperar os créditos por reembolsar. Mas a situação está muito melhor hoje do que há um ano. Hoje é mais uma questão estatística do que um problema económico”.

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