O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, disse esta sexta-feira concordar com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, sobre a necessidade de Portugal “intensificar o ritmo de crescimento” da economia, o qual “não é suficiente”.

“Hoje é tempo de dizer que o nível de crescimento que temos não é suficiente para vencer as responsabilidades que se foram acumulando ao longo dos anos e o investimento que é preciso fazer para futuro”, afirmou o líder do PSD, durante um jantar autárquico do partido em Évora.

Passos Coelho admitiu que, “inegavelmente, o crescimento da economia tem sido positivo”, mas, alertou, que “quem ouça os responsáveis do Governo e dos partidos que o apoiam fica com a ideia de que tudo está a correr da melhor maneira”.

É “muito discutível” que o crescimento económico do país “tenha atingido o patamar” que é preciso que “venha a atingir durante uns bons pares de anos”, disse o presidente do PSD, lembrando que o Presidente da República (PR) “tem falado em crescimentos acima de 3%”.

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“Não encontramos, entre os economistas, um valor que seja absolutamente consensual, mas tendo a concordar com esta observação que o PR fez de que nós precisamos de intensificar o ritmo do crescimento”, defendeu.

No jantar autárquico do PSD em Évora, com a presença de militantes e de António Costa da Silva, cabeça de lista social-democrata à câmara da capital de distrito, nas autárquicas de 01 de outubro, o líder nacional do partido sublinhou que, para aumentar o ritmo do crescimento económico, o país não pode “viver apenas da conjuntura” favorável.

“É muito importante, em vésperas de apresentação de um futuro Orçamento do Estado para 2018 (OE2018), que o Governo se vá compenetrando, e os partidos que o apoiam”, de que “é crítica” a necessidade de o país se focar em “gerar rendimento e emprego que possa trazer salários mais elevados e não salários mais baixos”.

Na sua intervenção, Passos Coelho aludiu também aos dados hoje divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) relativamente à balança comercial de Portugal.

“Não direi que são negativos. Não são negativos, no sentido em que o que têm de negativo pode não ser uma coisa que venha para ficar, pode ser invertida, mas [a balança comercial] vem já revelando alguns sinais que é preciso olhar com atenção”, alertou.

O défice comercial está a agravar-se e, apesar de “ainda” não ser “uma coisa preocupante”, esse agravamento “tem-se vindo a consolidar ao longo dos meses”, salientou.

“Como vamos iniciar agora este último semestre, comparando com o do ano passado, que foi realmente excecional, os resultados, quando começarmos a comparar as coisas, podem parecer muito menos positivos do que” o que “foi insuflado”, avisou Passos Coelho.

Antes do jantar na capital de distrito, o presidente do PSD passou também por Reguengos de Monsaraz, onde, acompanhado pela cabeça de lista do partido àquela câmara, Elsa Bento Góis, visitou a Fábrica Alentejana de Lanifícios.

Os dados hoje divulgados pelo INE indicam que as importações aumentaram em julho 12,8% e as exportações 4,6%, em termos homólogos, agravando-se o défice da balança comercial para 1.057 milhões de euros.