A China dos dias de hoje tem ambições de “dominação global” que são comparáveis à Alemanha nazi dos anos 1930. Esta é a leitura de Steve Bannon, controverso ex-braço direito de Donald Trump e que foi até recentemente o estratega-chefe da Casa Branca. Em entrevista à televisão CBS, transmitida no domingo à noite, Bannon diz que só os EUA têm capacidade para deter o avanço chinês.

“Daqui a 100 anos, é isso que vai estar na História — o que é que fizemos [os EUA] para confrontar a China na sua ascensão ao domínio global”, afirmou Steve Bannon, que regressou ao site noticioso Breitbart News, muito frequentado sobretudo por apoiantes de Donald Trump e do partido republicano. “A China de hoje é como era a Alemanha nos anos 1930. Estamos num momento crucial, a situação pode evoluir numa direção ou noutra”, defendeu Steve Bannon, acrescentado que a juventude chinesa é “tão patriótica, quase ultranacionalista”.

Bannon viveu vários anos na China, onde tinha uma empresa de jogos, e já várias vezes partiu dessa experiência para alertar que é muito provável um “conflito aberto” entre os EUA e a China no futuro não muito distante.

EUA vão entrar em guerra com a China, “sem dúvida”, afirmou braço-direito de Trump

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Bannon, que depois da experiência na Casa Branca diz que se considera mais “um lutador de rua”, vai esta terça-feira fazer um discurso em Hong Kong. “Eu quero que a China deixe de se apropriar da nossa tecnologia”, diz Bannon, sublinhando que os EUA não estão em guerra económica com a China mas “a China está em guerra económica connosco [com os EUA]”.

É à luz dessa “guerra económica” que Bannon interpreta “o Brexit e outros eventos de 2016″. “O modelo [económico] da China nos últimos 25 anos é baseado no investimento e nas exportações. E sabe quem financiou isso? Foi a classe média norte-americana e a classe trabalhadora. A China exportou a sua deflação, exportou a sua capacidade excessiva”.

Não é sustentável. A reorganização da relação económica é um tema crucial que tem de ser trabalhado. E só os EUA conseguem resolver o problema”

Sobre a crise na Coreia do Norte, Steve Bannon diz que este país é um “estado cliente” da China e que foi a China que criou este “monstro Frankenstein”. É responsabilidade da China, portanto, controlar Kim Jong-Un, defende Bannon. O ex-braço direito de Trump falou, também, sobre os “idiotas” do Partido Republicano e defendeu que as investigações ao papel da Rússia nas eleições são “uma perda de tempo”.