O Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, afirmou esta segunda-feira que a comunidade internacional está a ter uma “posição corretíssima” sobre a situação no país, ao defender que devem ser os guineenses a encontrar uma solução.

“O problema da Guiné-Bissau está sobejamente conhecido e a comunidade internacional tem tido uma posição corretíssima sobre o assunto. Devem ser os guineenses a encontrar a solução para os seus problemas”, disse José Mário Vaz.

O chefe de Estado falava aos jornalistas no aeroporto internacional Osvaldo Vieira antes de se deslocar em visita à República do Congo a convite do seu homólogo Denis Sassou Nguesso.

Questionado pelos jornalistas sobre a questão do Acordo de Conacri, José Mário Vaz recordou que não é subscritor do documento, mas referiu que já tentou organizar uma reunião entre as partes, “que devia fechar com um Conselho de Estado”, mas não estava ninguém no país.

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“Estavam todos no estrangeiro. Às pessoas que estão diretamente ligadas ao Acordo de Conacri, que são subscritoras do Acordo de Conacri, eu pergunto o que fizeram para a implementação do acordo”, questionou o Presidente.

Para José Mário Vaz, os subscritores têm de “fazer alguma coisa”.

“Guineenses, está na altura de começarmos a conversar. Ontem comemos do mesmo prato, bebemos do mesmo copo, porque é que hoje não podemos fazer a mesma coisa conversando com os nossos camaradas, irmãos e colegas”, disse, sublinhando que o que os une é superior ao que os divide.

Nas declarações aos jornalistas, José Mário Vaz afirmou que assim que regressar ao país o assunto Acordo de Conacri vai regressar à agenda.

“É um assunto que assim que regressar vamos ter agenda”, disse.

O atual Governo da Guiné-Bissau, de iniciativa presidencial, não tem o apoio do partido que ganhou as eleições com maioria absoluta, o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) e o impasse político tem levado vários países e instituições internacionais a apelarem a um consenso para a aplicação do Acordo de Conacri.

O Acordo de Conacri, patrocinado pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), prevê a formação de um Governo consensual integrado por todos os partidos representados no parlamento e a nomeação de um primeiro-ministro de consenso e da confiança do chefe de Estado, entre outros pontos.