O Presidente da República desafiou os responsáveis europeus a não perderem a oportunidade de tratar de problemas como a União Económica e Monetária, as migrações ou o terrorismo antes das próximas eleições europeias de 2019.

Marcelo Rebelo de Sousa disse que até às próximas eleições “a Europa tem uma oportunidade única, depois das eleições alemãs, para olhar para os problemas fundamentais: União Económica e Monetária, migrações, refugiados, segurança das pessoas, combate ao terrorismo, definição política da Europa no mundo, a Europa social”.

“Estes problemas ou são tratados agora, antes da escolha do próximo presidente da Comissão Europeia (a campanha depois é sobre quem vai ser o próximo presidente da Comissão Europeia), ou perde-se uma oportunidade”, advertiu o chefe de Estado português em declarações aos jornalistas.

O Presidente da República resumia assim a sua intervenção de hoje no encontro do Grupo de Arraiolos, que junta este ano 13 chefes de Estado não executivos em Valeta, capital da República de Malta.

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Marcelo Rebelo de Sousa foi ainda questionado sobre a realização de jogos de futebol no dia das eleições autárquicas, a 01 de outubro, mas remeteu uma resposta para quando chegar a Portugal: “Não queria comentar no estrangeiro nada nacional, logo que regresse comentarei isso, tenho ideias sobre isso”.

O chefe de Estado português falava em plena rua do centro de Valeta após cumprimentar cerca de duas dezenas de portugueses que vivem em Malta e que fizeram questão de o ver.

Antes, participou com os chefes de Estado de Malta, Áustria, Bulgária, Croácia, Eslovénia, Estónia, Alemanha, Grécia, Hungria, Itália, Letónia, Polónia numa sessão de trabalho com o tema “reclamar por uma Europa social na sombra de uma economia global predatória”.

Após a sessão, os Presidentes deslocaram-se à Co-Catedral de São João, monumento concluído em 1577 para servir de igreja conventual dos Cavaleiros de Malta e que alberga duas obras realizadas em Malta pelo pintor italiano Caravaggio (1571 — 1610) nos últimos anos da sua vida.

Na sexta-feira, os trabalhos prosseguem com a realização de mais uma sessão com o tema “gerindo desafios de segurança na área euro-mediterrânica” e termina com uma conferência de imprensa.

O Grupo de Arraiolos reuniu-se pela primeira vez na vila alentejana de Arraiolos, em 2003, por iniciativa do então Presidente da República de Portugal, Jorge Sampaio, que juntou seis chefes de Estado com poderes semelhantes aos seus para discutir o futuro da União Europeia.

Desde então, este é o 13.º encontro. O último realizou-se em Sófia, Bulgária, no ano passado, com a participação de oito chefes de Estado, da Finlândia, Hungria, Bulgária, Malta, Itália, Letónia, Polónia e de Portugal.