O primeiro-ministro referiu-se à revisão da notação de crédito de Portugal, pela Standard & Poor’s, como “uma boa notícia” onde vê confirmado que o “país está no trajeto certo”. À entrada de um jantar/comício de Fernando Medina, em Lisboa esta sexta-feira, António Costa avisou, no entanto, que esta decisão de uma agência de notação financeira não pode desviar o país da “trajetória de redução do défice e redução sustentada da dívida”.

Com a negociação do Orçamento do Estado para o próximo ano em curso, o chefe do Executivo não se mostra tentado a aproveitar uma onda otimista que nasça desta retirada de Portugal do “lixo”. Questionado sobre se a notícia cria melhores condições para dar resposta ao que Bloco de Esquerda e PCP têm querido ver inscrito no próximo Orçamento, Costa pôs o travão a eventuais euforias: “Temos uma dívida muito elevada e esta notação permite-nos melhores condições de financiamento, mas tem de servir para prosseguirmos esta trajetória de redução do défice e redução sustentada da dívida, de forma a podermos, de modo duradouro, dar continuidade a esta política e não haver risco de novos recuos”.

Agência S&P tira “rating” de Portugal de “lixo”

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Para Costa, a decisão da S&P “é a demonstração que a viragem de políticas, o virar da página da austeridade, permitiu também agora virar a página do lixo. Estamos no bom caminho e é o caminho que temos de prosseguir”.

Também ainda respondeu ao líder do PSD, Pedro Passos Coelho, que referiu que consigo no Governo esta revisão da notação teria ocorrido de forma mais célere. “É tão verdade como eu dizer que se o Governo tivesse mudado mais cedo teríamos saído ainda mais cedo”, respondeu o líder socialista: “O que é certo é que agora saímos e sobretudo nas condições que permitiram aos portugueses que viviam das suas pensões terem as suas pensões repostas, os que vivem dos seus salários terem visto os seus salários repostos, os que viram a prestações sociais cortadas nos quatro anos do anterior Governo, terem-nas visto repostas. E ter permitido sobretudo reduzir a carga fiscal”, referiu ainda.

Conseguimos estes resultado provando que virando a página da austeridade os resultados seriam melhores.”

O resultado conseguido esta sexta-feira é lido por António Costa como uma vitória da política do seu Governo e também do acordo com o BE e PCP, “que tem assegurado estabilidade política e tem permitido estes resultados”, disse. A revisão da notação é vista como “fruto da conjugação virtuosa desta política que apostou na reposição do rendimento das famílias, na criação de condições para o investimento, mas que apostou também na redução sustentada do nosso défice como condição essencial para reduzirmos a nossa dívida”, voltou a reforçar o primeiro-ministro.