Um jovem empresário de Amarante está a vender botas, de produção artesanal, na Internet, prometendo aos clientes a plantação de duas árvores autóctones por cada par adquirido. A ideia designa-se ‘Walkest – Walk by Forestest’, tem o apoio da associação ambientalista Quercus, e está a ser desenvolvida através da ‘Indiegogo’, plataforma internacional na Internet de recolha de fundos para projetos ou ideias.

Carlos Gonçalves, de 23 anos, é mentor do projeto ‘Walkest’, recentemente premiado no concurso “Tâmega Sousa Empreendedor”, na categoria “Ideias com futuro”. A ideia começou a ser estruturada através do programa de aceleração de competências ‘Jump Box’, em Amarante.

Para já, contou à Lusa, existem quatro protótipos de um modelo de bota em couro, concebido de raiz, produzido na zona da Benedita (Alcobaça), de forma totalmente artesanal.

Esses protótipos, explicou, foram a base da campanha de imagem já realizada, nomeadamente um vídeo e fotografias, material que pode ser visualizado na plataforma ‘Indiegogo’. Essa página alberga projetos de todo o mundo de ‘crowdfunding’, expressão inglesa para designar uma forma recente de angariação de financiamento para um projeto através de uma comunidade que partilha os mesmos interesses

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Neste contexto, os interessados na ideia devem efetuar, naquela página de ‘crowdfunding’, a pré-reserva das botas e efetuar o pagamento, ali designado por donativo, de 75 euros por cada par. Os interessados poderão adquirir outros produtos do projeto, como bases para copos, ou simplesmente deixar o seu donativo para o projeto, sem efetuar qualquer compra.

É objetivo da ‘Walkest’, na campanha em curso, que decorre até 14 de outubro, atingir os 15 mil euros e com o valor angariado dar início à produção 100% artesanal das botas.

Os artesãos escolhidos, disse, têm mais de 50 anos de experiência no ofício.

Carlos Gonçalves prevê que os primeiros pares comecem a ser enviados aos compradores em meados de novembro. Com cada par, destacou o empreendedor, seguirão uma fotografia do momento da plantação das árvores, que serão “batizadas” com o nome dos compradores, e a localização GPS.

O mentor do projeto explica que a ideia se propõe promover “dois valores, nomeadamente o artesanato e a natureza, tendo em conta que, observou, estas formas de artesanato estão a acabar no nosso país e Portugal é o quarto do mundo com maiores taxas de desflorestação.

O conceito está também a ser divulgado nas empresas de calçado da região do Tâmega e Sousa, com as quais a ‘Walkest’ se propõe “dinamizar sinergias”. Pretende-se, precisou Carlos Gonçalves, levar a ideia mais longe, através das redes e canais comerciais daquelas empresas.

A exposição do conceito ‘Walkest’ nas feiras em vários pontos do mundo em que participam as empresas exportadoras da região é um dos propósitos, explicou.