Agora com sinal reforçado em Lisboa 98.7 FM No Porto 98.4 FM Auto / PSA Seguir Opel. Reestruturação pode passar por despedimentos O plano de reestruturação da Opel será apresentado em Novembro. O português que lidera a PSA, Carlos Tavares, quer que a marca cresça nas vendas a particulares e não exclui hipótese de despedimentos. Francisco António Texto 16 Set 2017, 12:58 i ▲O CEO do Grupo PSA, Carlos Tavares, com o CEO da Opel, Michael Lohscheller, no Salão Automóvel de Frankfurt ▲O CEO do Grupo PSA, Carlos Tavares, com o CEO da Opel, Michael Lohscheller, no Salão Automóvel de Frankfurt Hoje em dia já propriedade do grupo automóvel francês liderado pelo português Carlos Tavares, a alemã Opel vai agora ser alvo de um plano de reestruturação, cuja apresentação deverá ter lugar em Novembro.O anúncio foi feito pelo próprio CEO da PSA, na mesma altura em que rumores apontam para que a companhia francesa volte a produzir grande parte dos componentes das viaturas eléctricas dentro de portas, ao invés de os comprar fora. Em declarações reproduzidas pela agência noticiosa Reuters, Tavares admitiu já que a Opel vai ter de melhorar as suas vendas a clientes particulares. Ao mesmo tempo que não deixou de reconhecer alguma dificuldade na elaboração de uma estratégia para a divisão britânica da Opel, a Vauxhall, devido à incerteza que ainda existe quanto ao Brexit.Opel com despedimentos em cima da mesaNuma altura em que o construtor francês procura ainda integrar a marca alemã no seu seio, fala-se já na possibilidade de a Opel vir a despedir trabalhadores, uma vez que grande parte dos futuros veículos da marca partilharão componentes e plataformas com os modelos franceses. Situação que, a par da ‘perseguição’ que actualmente tem vindo a ser feita pelos governos aos motores de combustão, coloca em perigo postos de trabalho. Por exemplo, dos cerca de 800 engenheiros de motores que a marca do relâmpago possui no centro de desenvolvimento em Rüsselsheim.Instado a comentar, Carlos Tavares afirmou já não poder ser considerado responsável, caso a situação se confirme. “Trata-se de uma decisão dos políticos proibir a utilização de motores de combustão interna”, sendo que, “a mim, cabe-me apenas, enquanto presidente da companhia, cumprir com o determinado”, declarou. PSA volta a produzir componentes para eléctricosEntretanto, o chefe de estratégia da PSA, Patrice Lucas, terá reconhecido que a companhia está a ponderar a possibilidade de passar a produzir grande parte dos componentes para veículos eléctricos, dentro de portas, ao invés de os comprar fora.“Estamos a avaliar os prós e os contras quer de fabricar, quer de comprar fora os sistemas de propulsão eléctricos. Foi já decidido recuperar a produção de maioria dos componentes, embora não o desenvolvimento da parte química das baterias”, adiantou, em Frankfurt, este mesmo responsável.BNP Paribas para financiar compra automóvelAo mesmo tempo que a reestruturação da Opel acontece, a PSA negoceia com o BNP Paribas um futuro acordo de financiamento na venda de automóveis. O qual deverá ficar pronto até final do quarto e último trimestre do ano.A negociação surge na sequência da aquisição, ainda no início do ano, por parte das duas companhias, da financeira da Opel/Vauxhall, por 900 milhões de euros. Aquisição, de resto, anunciada em conjunto com o acordo de compra, pela PSA, da Opel, à General Motors, por um valor a rondar os 2,2 mil milhões de euros.