A coordenadora do BE contrariou este domingo o primeiro-ministro, considerando que a execução orçamental de 2016 mostra que era possível “ter ido mais longe” em setores essenciais, sublinhando que não é o programa eleitoral socialista que está a ser implementado.

Em entrevista ao DN, cuja segunda parte foi este domingo publicada, o primeiro-ministro, António Costa, falou da atual situação da geringonça: “Se me disser que o PCP e o Bloco gostavam que fossemos ainda mais longe eu digo-lhe que também eu gostava. Agora, tenho a certeza de que se o Jerónimo de Sousa ou a Catarina Martins estivessem aqui na minha função porventura iriam tão longe quanto aquilo que nós temos ido”.

Durante uma ação de pré-campanha para as autárquicas, em Santarém, Catarina Martins foi questionada pelos jornalistas sobre esta declaração do chefe de executivo, tendo sido perentória ao afirmar que “os próprios dados da economia e da execução orçamental do ano passado mostram que podíamos ter ido mais longe”.

“Ficou a faltar investimento em tanta coisa e, de facto, gastámos menos do que poderíamos ter gasto nos setores essenciais e as contas da execução orçamental mostram-no”, concretizou.

Mas os recados ao primeiro-ministro não ficaram por aqui, tendo a líder bloquista considerado que “há uma grande consciência no país de que o que está a acontecer não é o programa eleitoral do PS”.

“E ainda bem porque parámos os cortes nas pensões, parámos a facilitação dos despedimentos, parámos menos contribuições para a Segurança Social que iam desproteger todo o sistema e temos dado alguns passos, que embora tímidos, são significativos”, justificou.

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